ATA DA OCTOGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 26-9-2005.
Aos
vinte e seis dias do mês de setembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mônica Leal, Neuza
Canabarro, Professor Garcia e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum,
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro,
Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Sebastião Melo, Sofia Cavedon
e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão Especial de
Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência, o Pedido de
Providências nº 2252/05 (Processo nº 5658/05) e a Indicação nº 070/05 (Processo
nº 5659/05); pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Providências nº 2226/05
(Processo nº 5620/05); pelo Vereador Elias Vidal, os Pedidos de Providências nos
2265 e 2266/05 (Processos nos 5697 e 5698/05,
respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providências
nos 2260, 2261 e 2262/05 (Processos nos 5688, 5689 e
5690/05, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, o Pedido de
Providências nº 2263/05 (Processo nº 5691/05); pelo Vereador Professor Garcia,
os Pedidos de Informações nos 228 e 229/05 (Processos nos 5513
e 5554/05, respectivamente). Ainda, foram apregoadas as Emendas nos 03,
04, 05 e 06, de autoria da Vereadora Manuela d’Ávila, Líder da Bancada do
PCdoB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05 (Processo nº 2662/05). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10549913 e 10552680/05, do
Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Septuagésima Quarta,
Septuagésima Quinta e Septuagésima Sexta Sessões Ordinárias e da Trigésima
Quarta Sessão Solene, que deixaram de ser votadas, em face da inexistência de
quorum deliberativo. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Alcides Antônio Padilha, representando a Associação dos
Cegos do Rio Grande do Sul, que discorreu acerca da previsão de mudanças no comércio
popular do Centro de Porto Alegre, alegando que a idéia de construção de
centros populares de compras em uma plataforma aérea ou em prédios verticais é
prejudicial aos vendedores portadores de deficiências visuais. Nesse sentido,
salientou que os comerciantes informais portadores de deficiências visuais não
causam transtornos no Centro de Porto Alegre, frisando a boa relação dessa
categoria com comerciantes locais e fiscais da Secretaria Municipal da
Produção, Indústria e Comércio. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do
Regimento, os Vereadores Aldacir Oliboni, Raul Carrion, Claudio Sebenelo,
Ervino Besson, Professor Garcia, Haroldo de Souza e João Carlos Nedel
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Altamir Jardim
Tomaz e Francisco Assis Navas, representando a Associação de Cegos Louis Braille.
Às quatorze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e oito minutos,
constatada a existência de quórum. Em seguida, por solicitação do Vereador Raul
Carrion, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor
Apolônio de Carvalho, Líder Político, falecido no dia vinte e três de setembro
do corrente. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor
Presidente informado que, durante esse período, seria realizada homenagem ao
décimo sexto aniversário da Business and Professional Women – BPW. Compuseram a
MESA: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; as Senhoras Amélia Noemi Gonçalves, Marilze Benvenuti, Ana Luisa Fernandes
Gonçalves e Maria Luiza Fleck Saibro, respectivamente Presidenta e
ex-Presidentas da Business and Professional Women; a Senhora Iara Blochtein, Presidenta
Internacional do Comitê de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da BPW;
e a Senhora Beatriz Zanella Fett, Presidenta da Federação do Brasil da BPW. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Márcio Bins Ely discursou sobre a participação
cada vez maior que as mulheres têm no mercado de trabalho, ressaltando que hoje
elas ocupam postos de destaque nos Poderes Públicos e na iniciativa privada. Em
relação ao assunto, enalteceu os esforços da Business and Professional Women em
prol da inserção de mulheres no mercado de trabalho, realçando que setores da
economia ainda preservam preconceitos em relação à participação feminina. Na oportunidade,
o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Miriam Asti, representando
a Fundação de Proteção Especial. Após, o Senhor Presidente convidou o Vereador
Márcio Bins Ely para proceder à entrega de Diploma referente à presente
homenagem à Senhora Amélia Noemi Gonçalves e, em continuidade, concedeu a
palavra às Senhoras Amélia Noemi Gonçalves, Beatriz Zanella Fett e Iara Blochtein,
que destacaram a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal
de Porto Alegre com referência ao décimo sexto aniversário da Business and
Professional Women. Às quinze horas e onze minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e quinze minutos, constatada a
existência de quórum. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria
da Vereadora Margarete Moraes, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Gerson Almeida, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foi apregoada Declaração
firmada pela Vereadora Maristela Maffei, Líder da Bancada do PT, informando o
impedimento do Suplente Marcelo Danéris em assumir a vereança no dia de hoje, em
substituição à Vereadora Margarete Moraes. Também, foi apregoada Declaração
firmada pelo Suplente Guilherme Barbosa, informando seu impedimento em assumir
a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Margarete Moraes. Após,
o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e das Professoras Cláudia
Fialio, Maria de Lourdes Gadea de Moraes e Susan Morozine de La Pace, da Escola
Estadual de Ensino Fundamental Mané Garrincha, convidando-as a integrarem a
Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias comparecem a esta Casa para
participar de homenagem relativa ao transcurso, hoje, do Dia Nacional dos Surdos.
A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Aldacir Oliboni,
que saudou os visitantes, frisando a importância do Dia Nacional dos Surdos e
relembrando que o dia vinte e seis de setembro foi escolhido por ser a data de
fundação da primeira escola para surdos do Brasil, no Rio de Janeiro. Ainda,
relatou visita da Comissão de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de
Deficiência à Escola Estadual de Ensino Fundamental Mané Garrincha e mencionou
iniciativas desta Casa, que devem melhorar as condições de vida dos deficientes
auditivos. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora
Cláudia Fialio, que, com auxílio da Senhora Susan Morozine de La Pace como
tradutora da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, destacou a relevância do
registro realizado hoje pela Câmara Municipal de Porto Alegre, com referência
ao transcurso do Dia Nacional dos Surdos. Às quinze horas e trinta e sete
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Paulo Odone reiterou que o Governo Municipal
valoriza a colaboração popular na tomada de decisões, relatando o conceito de
“governança solidária” defendido pelo Poder Executivo e realçando que essa é
uma tentativa de melhorar o Programa de Orçamento Participativo. Ainda,
registrou a inauguração de um Posto Integrado de Segurança Pública no Bairro
Jardim Cascata, enfatizando a relevância da participação da comunidade local
nessa obra. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Sofia Cavedon referiu-se à transição
da Secretaria Municipal da Educação, do Governo do Senhor João Verle para o do
Senhor José Fogaça, explicando que aprimorar os serviços dessa Pasta é um
desafio. Nesse sentido, divergiu de críticas que apontam a falta de dados nesse
processo de passagem de Governo, alegando que as políticas deixadas pelo
Partido dos Trabalhadores, durante o período em que esteve à frente da gestão
municipal, foram positivas. A Vereadora Sofia Cavedon, em tempo cedido pelo
Vereador Carlos Todeschini, continuando seu discurso acerca da área da Educação
Municipal, analisou projetos desenvolvidos pelo Partido dos Trabalhadores nos
dezesseis anos em que governou Porto Alegre. Também, alegou que a continuação
desse trabalho pelo atual Secretariado não é tarefa simples, enfatizando que há
falhas no atendimento das creches municipais e que é preciso cobrar melhorias
do Governo do Senhor José Fogaça. A Vereadora Manuela d'Ávila informou a
realização, hoje, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, de atividade referente
ao Projeto Escola de Fábrica, do Ministério da Educação, elogiando os esforços
do Governo Federal para qualificar os jovens que estão ingressando no mercado
de trabalho. Ainda, avaliou positivamente a Conferência Estadual do Partido
Comunista do Brasil, realizada no último fim de semana, exaltando a quantidade
de jovens militantes presentes nesse evento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Professor Garcia questionou a situação legal de cooperativas que
prestam serviços a órgãos da Prefeitura Municipal, ressaltando que familiares
de garis mortos não terão direito à pensão se suas contribuições previdenciárias
não estiverem regularizadas. Nesse sentido, enfatizou a necessidade de
fiscalização de cooperativas prestadoras de serviços, alegando que
trabalhadores podem estar sendo privados de seus direitos trabalhistas. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Ervino Besson, citando reportagem publicada no jornal Zero Hora,
intitulada “Liberação de suspeito revolta família de jovem”, referiu-se ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/01, de sua autoria, que cria
o Conselho Municipal de Justiça e Segurança, os Fóruns Municipais Regionais de
Justiça e Segurança e os Conselhos Comunitários de Justiça e Segurança e
enfatizou a relevância da integração entre os Órgãos Públicos e a comunidade.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson analisou declarações da
Deputada Federal Luciana Genro e do Deputado Federal Alceu Collares no programa
“Polêmica”, da Rádio Gaúcha, no qual Suas Senhorias criticaram a Diretoria do
Partido dos Trabalhadores e chamaram a atenção para a crise política do País.
Ainda, questionou a equipe de governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva em
relação à conduta de Parlamentares suspeitos de cometerem atos ilícitos. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Claudio Sebenelo noticiou recebimento de relatório do
uso de dependências deste Legislativo, citando dados relativos à ocupação do
Plenário Ana Terra pelas Comissões Permanentes, enfocando que a Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação foi a Comissão que mais utilizou esse
espaço. Também, afirmou que o uso das dependências deste Legislativo não deve
atender interesses pessoais de Vereadores. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 053/03, discutido pelos Vereadores Claudio Sebenelo e João Carlos Nedel, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 210, 258 e 255/05, este discutido
pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Executivo nº 017/05,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib e pela Vereadora Sofia Cavedon; em 2ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 138/05 e 241/01, este
discutido pelo Vereador Carlos Todeschini e pela Vereadora Sofia Cavedon, o
Projeto de Resolução nº 125/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu
Brasinha debateu denúncias de corrupção de árbitros de futebol no País, externando
sua indignação pela existência desses fatos. Ainda, discursou sobre o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo 020/05, de sua autoria, que dispõe sobre o
uso do passeio público fronteiriço a bares e assemelhados e sobre o horário de
funcionamento desses estabelecimentos e protestou contra donos de postos de
combustíveis que adulteram a gasolina. Na oportunidade, por solicitação do
Vereador Haroldo de Souza, foi realizada verificação de quórum, constatando-se
a existência do mesmo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion abordou
o Projeto de Lei do Executivo nº 010/05, referente ao Programa de Parcerias
Público-Privadas, e convidou para a Conferência Estadual das Cidades, a ocorrer
nos dias vinte e nove e trinta do corrente, em Porto Alegre. Igualmente,
enalteceu o trabalho da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, em
especial o acompanhamento efetuado por essa Comissão em processos de
desocupação compulsória de imóveis. A Vereadora Maristela Maffei prestou
homenagem póstuma ao Senhor Apolônio de Carvalho e agradeceu a todos que a
apoiaram por ocasião de problemas pessoais que enfrentou no dia vinte e três de
setembro do corrente. Também, aludiu às atuações dos Senhores Germano Rigotto e
Olívio Dutra à frente do Governo Estadual, comparando programas atinentes à
geração de emprego e renda, principalmente aqueles direcionados ao ingresso do
jovem no mercado de trabalho. O Vereador Haroldo de Souza solicitou maior
agilidade na apreciação dos Projetos apresentados pelos Vereadores desta Casa e
contestou críticas efetuadas por integrantes do Partido dos Trabalhadores aos
Governos Estadual e Municipal, afirmando que esse Partido, quando na direção do
Estado e do Município, não resolveu os problemas enfrentados pela população.
Ainda, aludiu ao Projeto de Lei do Legislativo nº 175/04, de sua autoria, que
dispõe sobre a substituição das tampas de bueiros. O Vereador Luiz Braz
manifestou-se quanto à entrega do Troféu Solidariedade, ocorrida nesta Casa no
dia vinte e três de setembro do corrente, enfatizando a importância do
reconhecimento do trabalho assistencial empreendido por instituições
não-governamentais no Município. Finalizando, elogiou a gestão do Prefeito José
Fogaça, apresentando dados demonstrativos da redução do “déficit” orçamentário
ocorrida este ano no Município. Após, o Senhor Presidente cumprimentou o
Vereador Luiz Braz pelo evento de entrega do Troféu Solidariedade, realizado no
dia vinte e três de setembro do corrente. Às dezessete horas e quarenta e seis
minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo
Vereador João Carlos Nedel, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Carlos
Nedel, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e
Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Passamos à
O Sr. Alcides Antônio Padilha, representando a
Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul - Acergs - está com a palavra, para
tratar de assunto relativo à criação de shoppings populares para
vendedores ambulantes com deficiência visual, pelo tempo regimental de 10
minutos.
O SR. ALCIDES ANTÔNIO
PADILHA: Sr. Presidente, Elói Guimarães, nobres Vereadores,
está causando uma preocupação muito grande aos deficientes visuais a história
do camelódromo, da mudança no Centro de Porto Alegre, ou seja, estamos sendo
ameaçados de sair dos nossos locais de trabalho. Estão querendo nos colocar em shoppings
populares, em prédios, e isso é inviável. Agora vem o Sr. Cecchin, Secretário
da SMIC, dizendo que vai fazer uma plataforma, um camelódromo aéreo ali na Av.
Rui Barbosa, onde vai colocar 1.200 bancas de camelôs, de vendedores. Esse
camelódromo é uma obra gigantesca que terá elevadores, escadas rolantes, e vão
ter que passar, no mínimo, 500 mil pessoas para dar o movimento para que essas
1.200 bancas possam sobreviver. Isso está nos causando muita preocupação, Srs.
Vereadores e Sr. Presidente.
Nós, deficientes
visuais, nada temos contra bancas de revistas, nem floristas, nem chaveiros,
mas com o Sr. Raul Pont nós conseguimos negociar o local em que nós estamos
agora, ou seja, ali na Praça da Rua José Montaury com a Marechal Floriano, onde
se encontram 28 bancas de cegos, que não atrapalham trânsito nenhum, não
atrapalham pedestre nem vitrine, não causam tumulto nenhum a ninguém.
Nós estamos com um
projeto feito por um arquiteto em que nós vamos bancar tudo sozinhos, sem dar a
mínima despesa para a Prefeitura. São 44 bancas, ou seja, são 28 com mais 16,
pois nós queremos juntar todos os que estão separados naquele local. É um local
pequeno, um quadrilátero pequeno, que não atrapalha pedestre, não atrapalha
trânsito, vitrine, Monumento Histórico. É o local onde nós já estamos e que foi
negociado no tempo do Sr. Raul Pont. Para poder ter esse local nós tivemos que
perder, pois as nossas bancas eram maiores, tivemos que aceitar em diminuir o
tamanho. Nós tínhamos as nossas bancas fixas, tivemos que tirar do local e
aceitar levar para o depósito, dando uma mão-de-obra muito grande e com muito
mais despesa para poder ficar nesse local. Agora vem a história de que querem
nos tirar dali e nos colocar em prédios. Prédio, para nós, só funciona o Shopping
Praia de Belas, o Shopping Rua da Praia, o Shopping Iguatemi,
aonde vai gente só da classe média alta para cima, as pessoas levam os seus
filhos nos locais de alimentação, recreação e ali podem comprar. Agora, quem
compra de nós é o pedestre, é o que recebe salário mínimo, aquele que ganha 300
reais, que são praticamente 80% dos brasileiros, que são quem nos dá o poder de
estarmos no nosso local sobrevivendo. E isso está nos causando, Srs.
Vereadores, Sr. Presidente, uma preocupação muito grande.
Então, nós fizemos um
projeto com esse arquiteto, entregamos para o Sr. Elói Guimarães, nobre
Presidente da Câmara, entregamos também para o Sr. Idenir Cecchin, da SMIC,
vamos entregar ao Sr. Fogaça, pois nós podemos bancar sozinhos esse projeto que
não vai atrapalhar ninguém, não vai atrapalhar pedestre. Nós, deficientes
visuais, não temos culpa por deixarem o Centro ser minado como está. Nas nossas
bancas nós obedecemos ao que tem que ser, não temos junção, não aceitamos
vender produtos que não são permitidos, não tem mistura de ninguém com droga -
nós não aceitamos. Nós temos três entidades com liderança em que os nossos
líderes estão sempre procurando evitar que ali surjam problemas. Nós
colaboramos com o Poder Público.
Nós, cegos, temos 69
bancas; já são 44, e estamos pedindo mais 25 de fruta e verdura. Não
proliferamos, não aumentamos, temos enfrentado dificuldades de emprego, mas
temos segurado para não proliferar. Não temos culpa que deixaram o Centro ser
minado. Nós queremos ficar no nosso localzinho, onde nós temos certeza de que
podemos sobreviver. Têm bancas de cego em que sobrevivem três, quatro, cinco
famílias, porque o deficiente depende de segundos e terceiros, de parcerias
para trabalhar. Então, são 69 bancas, mas são mais de 300 famílias, ou mais de
mil pessoas, quatro pessoas por família dependem disso.
Isso está nos
causando preocupação; tirar a gente da rua, do nosso ambiente em que estamos, é
o mesmo que colocar o peixe fora d’água. Isso vai nos causar um transtorno
muito grande e, nós, deficientes visuais, não atrapalhamos, não agredimos, não
brigamos com fiscais, não causamos tumulto nenhum, portanto não podemos ser
sacrificados. Nós sabemos da força que esta Câmara tem; ela sempre nos ajudou,
sempre nos deu força. Estamos nos dirigindo aos senhores, Presidente e
Vereadores, para que... Está entrando uma nova Lei para modificar a Lei do
ambulante no Centro.
Nós temos uma Lei que
há quatro, cinco anos foi feita: a Lei nº 7.186. Pedimos aos senhores que, se
entrar uma nova lei, seja mantida a nossa e, se possível, melhorem e não
prejudiquem a nossa Lei. E que seja resguardado o nosso direito de trabalho. O
camelô, o ambulante estão sendo o vilão da coisa, estão dizendo que são eles
que causam problemas no Centro de Porto Alegre, isso e aquilo. Não! Que
realmente causam tumulto, junção demais, disso não tem dúvida. Mas por que tem a
fiscalização? Tem que controlar para que eles não proliferem, para que eles não
se amontoem, para que eles não causem transtorno.
Agora, o que está
causando maior problema, no Centro de Porto Alegre, não é o camelô ou o
ambulante que são os vilões da coisa; o vilão é esse tributo altíssimo, são
esses juros violentos, esse salário mínimo miserável de 300 reais, que estão
sendo o vilão da coisa, que estão causando problema para a população, e não
nós. E quem compra de nós, do ambulante, do camelô, é a classe menos
favorecida, que não tem condições de pagar.
Por exemplo - o Sr.
Paulo Odone, que é Vereador e Presidente do Grêmio, uma sugestão para o Sr.
Vereador: o camelô vende uma camiseta do Grêmio por dez, quinze pila; pô, se
pode vender por 10, 15 pila, é um produto mais inferior, mais simples, por que
a Nike, a Penalty - essas firmas grandes -, não fazem um produto simples, um
médio, um mais caro - compra o caro quem pode, o médio quem pode, o simples
quem pode -, e o Grêmio e o Internacional, se fizerem isso... Como o camelô
vende produto de menos preço, pois quem é que pode comprar uma camiseta do
Grêmio ou do Internacional por 80, 100, cento e poucos reais, ganhando esse
salário mínimo miserável? Então, pedimos aos Srs. Vereadores que nos ajudem,
que nos dêem força, para que o nosso local seja mantido e que nós não sejamos
prejudicados no nosso local de trabalho.
Está nas mãos do Sr.
Presidente da Câmara, do Sr. Elói Guimarães, um Projeto nosso, e pedimos que os
senhores verifiquem e nos dêem apoio. Nós distribuímos para cada um dos
senhores, nos seus gabinetes, o nosso histórico, o nosso trabalho - o que o
deficiente faz -, nós não causamos problema nenhum! Nós não trazemos
transtornos a ninguém, nem ao Poder Público; ao contrário, nós somos organizados,
e não podemos, por isso, “pagar o pato” e sermos prejudicados. Então pedimos,
aos senhores, e isso está nos causando uma preocupação muito grande, nos
ajudem, que nos dêem força para que o nosso local seja mantido, e, que, se
modificações forem feitas, sejam feitas para não nos prejudicar, e, sim, para
melhorar a nossa situação.
Agora, shopping,
shopping em prédio, com esse absurdo que estão querendo fazer - uma elevada
-, isso aí é uma coisa que pode se tornar uma obra caríssima e obsoleta, e vai
acabar não tendo vantagem nenhuma, porque o camelô, se não tiver vantagem, ele
vai voltar para as ruas para vender, brigar com a fiscalização, se atritar com
a polícia - não é o nosso caso. Nós não brigamos; ao contrário, nós colaboramos
com o Poder Público, e então pedimos que os senhores olhem, Sr. Presidente da
Câmara, esse nosso Projeto e nos ajudem para que esse nosso local seja mantido
e que nós possamos trabalhar descansadamente. Nós já pagamos alvará, taxas de
limpeza e imposto sindical. Queremos legalizar, trabalhar dentro da lei e, até,
se possível, dar nota fiscal, contribuir com o Poder Público pagando impostos e
tudo. É isso que eu vim aqui pedir e solicitar, em nome da Associação de Cegos
Luiz Braille e em nome da Acergs - Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul -,
uma entidade de utilidade pública municipal, estadual e federal com mais de 30
anos cada uma. É isto que nós pedimos. Muito agradecido, Srs. Vereadores e Sr.
Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Convidamos o Sr. Alcides Antônio
Padilha a compor a Mesa e, também, já aqui nominados como extensão de Mesa, os
Srs. Altamir Jardim Tomaz e Francisco Assis Navas, que representam aqui a
Associação de Cegos Louis Braille, bem como saudamos os demais associados aqui
presentes, que estão prestigiando a fala do nosso amigo Alcides.
O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Sr. Presidente, Ver, Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, saudações ao Presidente da Associação de Cegos do Rio Grande do
Sul, Sr. Alcides Antonio Padilha, e a todos os seus colegas que nos honram com
a presença aqui neste dia. Quero dizer que o nosso Governo foi sensível, Sr.
Alcides, quando constituiu de fato aquele espaço de 28 bancas na Praça José
Montaury, e inclusive percebemos que a idéia era a ampliação dos espaços,
porque o número de cidadãs e cidadãos que têm deficiência visual é grande, e é
preciso, então, criar, e não retirar espaços. Entendemos que o Governo não o faria,
embora V. Sa. tenha aqui denunciado a idéia de retirá-los dali, mas creio que o
Governo deverá ser sensível, e se não for, esta Câmara poderá intervir de
várias formas.
Gostaria de convidar
V. Sa. para participar das reuniões que, às sextas-feiras, temos nesta Casa, às
10h30min, na Comissão Especial que está discutindo políticas para os PPDs em
Porto Alegre. É de extrema importância que nós saibamos das suas
reivindicações, das suas demandas para incluirmos no Relatório final, depois,
que possivelmente deverá ser avaliado pelo nosso Secretário da Indústria e
Comércio, Idenir Cecchin.
Entendemos que Porto
Alegre tem inúmeras possibilidades e espaços concretos para serem
disponibilizados aos seus diversos segmentos, e achamos justa a sua
reivindicação, à medida que ela trabalha com a inclusão social. Queremos
saudá-lo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, e dizer que estamos
dispostos a dialogar para poder mantê-los no local. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao Sr. Alcides Antônio Padilha, da
Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul, em meu nome, em nome da Verª Manuela
d’Ávila, do PCdoB. Em seu nome saúdo toda a categoria que V. Sa. representa
aqui e de quem tão bem defendeu os seus direitos. Nós temos, através da
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, realizado reuniões acerca do
problema que a Prefeitura apresenta para uma solução ao trabalho informal no
Centro da Cidade. Temos defendido ali a compreensão de que os camelôs não são
problema de polícia: são problema social na nossa Cidade. Estão trabalhando em
condições extremamente precárias, fruto de uma sociedade que os exclui, de um
desemprego crescente. Na última década neoliberal, nós tivemos mais de 50 % dos
trabalhadores transformando-se em trabalhadores informais, sem carteira
assinada; na verdade, são desempregados que ali, de forma digna, de forma
honrada, buscam o sustento para os seus e o direito de trabalhar.
Nós também temos
defendido que é impossível uma solução única, que abranja toda a diversidade do
que é o trabalho informal. Para alguns, o camelódromo pode servir, para alguns
os centros populares podem servir, mas nós temos, inclusive, que pensar naquele
que mal tem uma banquinha, pequena, que vende coisas elementares.
E temos o caso de
vocês, que precisam de espaço como aquele onde se encontram hoje, fruto de uma
negociação com o Governo anterior.
Isto dito, queríamos
dizer que a Bancada do PCdoB está à disposição para receber as suas
reivindicações e lutar junto com a categoria para uma solução que seja melhor
para os ambulantes e para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Alcides, um grande abraço. Eu falo pelo PSDB, em
nome do Ver. José Ismael e em nome do Ver. Braz, que é o Líder da nossa
Bancada.
Eu acho muito curioso
e muito exótico as pessoas falarem em emprego e, quando chegam ao Governo,
mandam embora a Ford; atiram pela janela 10 mil empregos diretos e indiretos e,
depois, querem ficar com peninha dos camelôs, que são exatamente o produto
desse desemprego, da falta de colocação.
Nós, hoje, entendemos
que o camelô faz parte da vida da Cidade, mas especialmente as pessoas com
qualquer tipo de deficiência têm todo o direito de também sair à luta, ir para
a rua, buscando o seu sustento da forma digna e correta como propões.
Mas acho mais ainda,
Alcides: ninguém até hoje teve experiência de um plano mais alto de
camelotagem, mas já estão bombardeando este Governo de tudo que é jeito, dizendo
que não vai dar certo. Quem é que tem experiência para dizer que dá certo ou
não dá certo? Na verdade, eu acho que existem áreas adequadas; não adianta pôr
o camelô longe do seu mercado, não adianta colocá-lo num local aonde não vai
ninguém; tem que primeiro desenvolver esse local, e esse desenvolvimento faz
parte de um plano de descentralização.
Só para te dar uma
idéia, há 20 anos, o local onde hoje é o Shopping Iguatemi era um tambo de
leite e uma fazenda; hoje, há esse desenvolvimento fantástico, e depois desse
desenvolvimento, então, as outras atividades em volta do Shopping também
desenvolveram. É isto que nós devemos fazer. Um abraço, Padilha, muito obrigado
pela tua presença. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, Sr. Alcides Antônio Padilha e Francisco Assis Navas, que
representam aqui a Associação de Cegos do Estado do Rio Grande do Sul Acergs,
em nome da Bancada do PDT, em meu nome, em nome dos Vereadores: Dr. Goulart,
Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Márcio Bins Ely e Mario Fraga, queremos saudar
vocês com muito carinho. Vocês se lembram que, há poucos dias, a Associação
esteve na Comissão que eu presido, que é a Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos, onde também estava presente o Secretário da SMIC, Idenir
Cecchin. Ele, prontamente, colocou que vai olhar o pedido de vocês com muito
carinho - e nós, que conhecemos o trabalho do Secretário, sabemos que, sem
dúvida nenhuma, ele não deixará vocês mal.
E nós estamos junto
com vocês nesta luta, até porque eu resido próximo ao Instituto Santa Luzia,
conheço o seu trabalho. Tenho muita aproximação também com o Lar da Amizade,
com a dona Delfina, com a Associação de Cegos, enfim, são pessoas que lutam e,
sem dúvida nenhuma, o Secretário da SMIC, pelas suas colocações, não deixará
vocês mal, em hipótese nenhuma. Estamos junto com essa luta de vocês, porque
vocês merecem o nosso carinho e o nosso respeito. Recebam, mais uma vez,
repito, em nome da Bancada do PDT, o nosso abraço, o nosso carinho e a nossa
solidariedade. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Prezado Sr. Alcides Padilha, Presidente da
Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul, Acergs, primeiro quero parabenizá-lo
por trazer a Acergs a esta Casa e poder discutir este problema. No nosso
entendimento, temos de fazer, sim, esta discussão, porque este Projeto é da
Cidade. Durante muitos anos temos discutido essa situação. Não podemos fechar
os olhos, porque o camelô hoje está inserido, não só em Porto Alegre - podemos
até ampliar, não para o Brasil, para a América, mas em todos os grandes lugares
do mundo existe o camelô. Agora, o que nós não podemos fazer é excluí-lo; este
é o momento de inclusão.
E vocês que já atuam
neste segmento podem ter a certeza, em nome do nosso Partido, o Partido
Socialista Brasileiro, de que terão todo o apoio, porque nenhum dos segmentos
deve ser excluído, pelo contrário, todos aqueles que hoje utilizam os seus
espaços devem ter esta garantia. Parabéns, então, aos cegos. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Sr. Presidente e meu caro Alcides Antônio Padilha,
os senhores entram na guerra, na briga, na disputa, agora, para discutir-se
sobre essa criação de shopping. E nós, do PMDB, estamos aqui à
disposição para ajudá-los no que for preciso, mas torcendo, eu particularmente
e principalmente, para que não façamos aniversário de discussões, ou seja, um
ano de aniversário que se discute isso, mais dois anos... Não, não. Aquilo que
vai ser feito, que seja feito para ontem. Não é? Quem sabe com vocês a gente
consegue isso. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Eu queria cumprimentar os amigos Alcides Padilha e
Francisco Navas, e também os outros colegas que aqui estão, os deficientes
visuais. O Alcides falou bem, que temos dificuldades, sim, com os camelôs, que
causam aglomeração, têm problemas com o trânsito de pessoas, mas nós
reconhecemos que também são pessoas que estão lá lutando pelo seu sustento.
Agora, no meu entendimento, nós precisamos incluí-los e não deixá-los excluídos
como estão. Acho que nós temos de caminhar, dialogar e lutar pelas
alternativas. Eu e a minha Bancada reconhecemos a garra que têm os deficientes
visuais, já os recebi em meu gabinete, já me explicaram as dificuldades, mas
acho que nós temos de dialogar, avançar para decidir, e decidir bem. Meus
parabéns pela sua luta. Obrigado, Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Todas as Bancadas se
manifestaram, nós queremos aqui, ao encerrar esta parte da Sessão, cumprimentar
aqui o Sr. Alcides Antônio Padilha, que trouxe à tribuna todas as preocupações
da categoria, também cumprimentar o Altamir Jardim Tomaz e Francisco Assis
Navas, que representam aqui, a Associação dos Cegos, bem como os demais
associados e pessoas presentes em nossas galerias, que já entregaram aos Srs.
Vereadores o seu projeto, as suas reivindicações.
Nesse sentido, já
dissemos ao Sr. Altamir, ao Francisco, que no dia em que estiveram aqui, já nos
comunicamos imediatamente com a SMIC, que está examinando a matéria com o
carinho que merece.
Portanto, mais uma
vez, os nossos cumprimentos aos nossos amigos.
Vamos suspender os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h35min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 14h38min): Estão reabertos os
trabalhos.
O SR. RAUL CARRION
(Requerimento): Exmo. Ver. Elói Guimarães,
Presidente desta Casa, eu quero solicitar que esta Casa preste uma homenagem
pela morte do grande líder político brasileiro, Apolônio de Carvalho, falecido
nesse final de semana, aos 93 anos de idade. Lutou no Estado Novo, lutou contra
Franco, lutou com os Maquis franceses e, retornando ao Brasil, participou
durante mais de 30 anos do Partido Comunista, depois formou o PT; teve uma vida
muito digna e de exemplo para aqueles que acham que a política é algo
secundário.
Então eu creio que é
uma homenagem importante desta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito a todos que, em pé, prestemos a homenagem, conforme o Requerimento
apresentado pelo Ver. Raul Carrion.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós vamos propor a transposição do comparecimento pelo Grande
Expediente, porque se trata de escola, com alunos que estão atrasados. Então
vamos fazer o Grande Expediente e, posteriormente ingressaremos no
comparecimento.
Passamos ao
Hoje, este período é
destinado a assinalar o transcurso do 16º Aniversário da BPW - Business
Professional Women. Nesse sentido, convidamos a fazer parte da Mesa a Srª
Amélia Noemi Gonçalves, Presidenta da Mulheres de Negócios - traduzindo no
nosso português; a Srª Iara Blochtein, Presidenta Internacional do Comitê de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - gestão 2005/2008; a Srª Beatriz
Zanella Fett, Presidenta da Federação do Brasil da Business Professional Women;
a Srª Marilze Benvenuti, ex-Presidenta da Business Professional Women; a Srª
Ana Luisa Fernandes Gonçalves, ex-Presidenta da Business Professional Women; a
Srª Maria Luiza Fleck Saibro, ex-Presidenta da Business Professional Women.
Queremos saudar as demais senhoras que integram essa Entidade de Mulheres de
Negócios.
O Vereador proponente
desta homenagem, Márcio Bins Ely, está com a palavra em Grande Expediente, por
cedência de tempo do Ver. Professor Garcia.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Utilizo, hoje, este tempo de Grande Expediente para homenagear o transcurso do
16º aniversário da BPW - Business Professional Women - de Porto Alegre. Quero
dizer, de forma muito fraterna, que esta homenagem surgiu por meio de uma
conversa que tive com a Srª Maria Luiza, inicialmente, na Exposição de Arte da
Srª Emelita, por quem tenho carinho e uma relação antiga, uma relação familiar,
e também por quem fui encorajado a participar de uma atividade no Plaza São
Rafael. E, fazendo uma reflexão a respeito da importância da mulher na nossa
sociedade, hoje, nós percebemos que elas estão presentes em todos os Poderes,
seja Executivo, Legislativo ou Judiciário, ocupando espaços importantes de
decisão na vida profissional, e também como profissionais liberais. Tenho
certeza de que o trabalho que a BPW presta merece o nosso reconhecimento, o
reconhecimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, até porque aqui temos uma
grande Bancada feminina, como a Verª Neuza Canabarro, abrilhantando os nossos
trabalhos, da Bancada do PDT. Tenho certeza de que muitos são os desafios que a
BPW já enfrentou e superou, e muitos serão os desafios que virão, porque nós
somos conhecedores de que hoje, ainda, muitas mulheres que ocupam o mesmo cargo
dos homens em empresas, recebem salários inferiores; ainda há muita
discriminação.
Eu acho oportuno e
relevante que nós prestemos esta homenagem.
A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio Bins
Ely, quero cumprimentá-lo, em nome da Bancada do Partido Progressista, composta
por esta Vereadora e pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib,
pela sua excelente iniciativa em homenagear o 16º aniversário da BPW. Como
mulher, gostaria de registrar que esta é uma homenagem justa e merecida, porque
sabemos que a nossa caminhada no universo profissional e no mundo dos negócios
é muito difícil, e esse apoio é muito bem-vindo. Então, a todas as componentes
da Mesa, em nome das mulheres da minha Bancada, o meu muito obrigada e
parabéns.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Muito obrigado, Verª Mônica.
A Srª Neuza
Canabarro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu gostaria de registrar aqui, com muito orgulho, que esta iniciativa
partiu de um jovem da nossa Bancada, e isso já é o resultado da Educação de que
o nosso Partido fala, porque só através dos jovens nós vamos poder mudar essa
mentalidade machista. Quer dizer, tudo aquilo que der visibilidade a essas
mulheres maravilhosas, que têm tantas iniciativas, tem que ser aplaudido.
Parabéns, Márcio.
A Srª Maristela
Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Márcio, quero cumprimentá-lo e registrar a minha felicidade por
ver esta Mesa, que geralmente é composta de forma adversa desta, até porque nós
sabemos que historicamente as mulheres foram confinadas a determinados
segmentos; mas hoje já se encontram na Economia, em pesquisas, são empresárias,
políticas - já estamos em vários segmentos. Isto é fundamental, porque nós
começamos a dar, independente dos nossos vieses ideológicos, um novo olhar e
uma nova formatação nas discussões e na forma como somos olhadas pela
sociedade. Portanto, parabéns, Ver. Márcio, pela iniciativa; e ficamos muito
honradas em recebê-las em nossa Casa. Muito obrigada.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Muito obrigado, Verª Maristela Maffei.
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vou dar o meu abraço, não a uma sigla, mas a vocês, mulheres, que vêm
aqui mostrar o que está acontecendo de mudança no mundo. O feminismo é
diferente dos homens, não tem esse messianismo, essa imensa liderança, esse
imenso eucalipto que cresce e não deixa ninguém crescer; ao contrário. Esse
feminismo vem com um movimento, vem sempre coletivo, sempre em grupo, vem
sempre com uma visão integrada de mundo. E neste momento da nacionalidade,
achamos que a mulher, passando por espaço público, confere talento e ética em
proporções muito maiores das que recebe de volta. É por isso que eu acho que
hoje, no País, temos, ao fundo do horizonte, um horizonte que não é nem azul e
nem vermelho; é esverdeado de esperança.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Muito obrigado, Ver. Claudio Sebenelo.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio Bins
Ely, queria, em meu nome e em nome da Líder da nossa Bancada, Verª Manuela -
somos liderados por uma mulher; uma Bancada formada por 50% homens e 50%
mulheres -, parabenizá-lo pela iniciativa, parabenizar essas lideranças e dizer
que cada vez mais as mulheres estão inclusive superando os homens numa série de
atividades, numa série de profissões, como empresárias, médicas, universitárias,
onde já são maioria. E certamente a BPW tem tudo a ver com essa caminhada que
será cada vez mais importante.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Muito obrigado, Vereador.
O Sr. Paulo Odone: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio Bins Ely,
quero cumprimentá-lo pela iniciativa e oportunidade. Sr. Presidente, não vou
nominar as ilustres mulheres de negócios profissionais da nossa vida econômica,
social, porque vou cometer injustiça. Afinal, a presença da entidade congrega
as personagens ativas e engajadas, não só nos negócios, mas na vida política da
nossa Cidade e do nosso País. Quero ressaltar, em nome da minha Bancada, PPS,
do Prefeito Fogaça, da Verª Clênia Maranhão - que vocês conhecem pela
participação nas atividades e debates feitas no fórum da Entidade - e com o meu
testemunho de quanto as mulheres participam da vida política nos seus fóruns.
Na última vez que
intervim, lá, tivemos uma bonita demonstração disso, onde foi mencionado, por
exemplo, o quadro político nacional e todo o seu aspecto negativo, que por uma
certa rata foi expandido a todos os homens da política. E eu vi a reação das
mulheres, de que não era a hora, de que se separa também o joio do trigo e que
há uma preocupação em manter as instituições.
Parabéns a vocês que têm
essa iniciativa; parabéns à entidade que se consagra e que já tem respeito
público no Rio Grande do Sul por cada vez mais participar da vida política. E
esta Casa é a Casa do Povo porto-alegrense, e o nosso Presidente aqui preside
um fórum que, como vocês, é plúri, atende a todas as correntes, e nós ficamos
satisfeitos quando uma entidade valoriza isso, participa da vida política da
Cidade e do País, e se posiciona claramente. Meus parabéns, cumprimentos e
longa vida para a BPW.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Muito obrigado, Vereador.
O Sr. Bernardino
Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Da mesma forma, chego um pouco “queimado”, pelo que peço desculpas,
mas quero cumprimentar, em primeiro lugar, o Vereador pela iniciativa, e dizer que
hoje, eu que sou um pequeno empresário, constato que 70% do mercado é de
mulheres trabalhando na coordenação dos grupos de trabalho. Então, os nossos
cumprimentos; nós nos somamos àquilo que aqui já foi dito. Obrigado.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Eu gostaria de fazer um apanhado breve da história
da Entidade que surgiu na Suíça, em 1930, quando as lacunas deixadas pelos
homens que foram para o front na 1ª
Guerra Mundial tiveram que ser assumidas pelas mulheres.
A BPW Porto Alegre
foi fundada em 2 de setembro de 1989 - o que justifica a nossa homenagem aqui
no mês de setembro - e desde então tem-se expandido significativamente em nosso
Estado. É uma das 32 entidades que integram a Federação de Mulheres de Negócio
e Profissionais do Brasil, que por sua vez está filiada à Federação
Internacional de Mulheres de Negócios e Profissionais.
Dentro do organograma
internacional estão as coordenadorias regionais, que atuam na África, América
do Norte, Caribe, América Latina e Caribe Hispânico; vejam a dimensão da organização
desta Entidade. É uma ONG composta por 3.500 mulheres no mundo e mais de 1.500
aqui em nosso País. A BPW Porto Alegre congrega 130 mulheres empresárias e
profissionais liberais com atuação nos diversos setores do mercado de trabalho.
As sócias estão vinculadas a comitês, comissões setoriais, que passo a elencar,
sendo elas: Agropecuária; Comunicação; Cultura, Condição da Mulher; Jurídica;
Jovens Mulheres de Carreira; Marketing
e Negócios; Meio-Ambiente; Saúde; Sociais; Intercâmbio Pessoal e Profissional;
Capacitação para o Trabalho; Treinamento; Negócios, Fortalecimento Empresarial
e Fortalecimento do Espírito Empreendedor.
Vejam o conteúdo e a
seriedade com que vem desempenhando um papel importante na nossa sociedade esta
Instituição, que tem por objetivo possibilitar o acesso das sócias às novas
tecnologias de gestão; agregar valores ao nome BPW, promovendo ações de nível
social e ambiental, como suporte institucional que abre janelas eficientes para
negócios futuros; apoiar o surgimento de novas empresas e incentivar a formação
de novas empresárias. Ser referência de qualidade em suas ações e no
atendimento ao público, e promover o intercâmbio de interesses e experiências
entre as sócias.
Então, nesse Grande Expediente que prestamos na
data de hoje, queremos agradecer à Associação de Mulheres de Negócios
Profissionais de Porto Alegre por seus relevantes serviços prestados à causa da
mulher e, em especial, lembrando todas as ex-Presidentes da Entidade, suas
Diretoras, que sempre trabalharam para que a Instituição mantivesse aceso o
fogo daquelas mulheres de fibra que lutaram para a construção de uma sociedade
mais justa e igualitária. Queremos cumprimentar a atual Presidenta Mimi Cáceres
Gonçalves pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo junto a sua diretoria.
Por fim, queremos deixar o nosso abraço e o nosso
reconhecimento a essa Entidade pelo transcurso do seu 16º aniversário. Meus
parabéns e obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a presença da Srª Miriam Asti, representando neste
ato a Fundação de Proteção Especial.
Convido o Ver. Márcio Bins Ely, proponente desta
homenagem, a proceder à entrega do Diploma à Associação.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós queremos agradecer ao Ver.
Márcio Bins Ely, que falou em nome da Casa. Agora, nós queremos passar a
palavra à Entidade homenageada.
A Srª Amélia Noemi Gonçalves está com a
palavra.
A SRA. AMÉLIA NOEMI
GONÇALVES: Vereador Elói Guimarães, obrigada por nos receber
aqui na Casa, Sr. Presidente e, acima de tudo, para o Ver. Márcio Bins Ely,
muito obrigada, do fundo do coração. Agradeço as presenças das minhas colegas
da BPW: Yara Blochtein; Beatriz Zanella Fett; Marilze Benvenuti; Ana Luisa Fernandes
Gonçalves e Maria Luiza Fleck Saibro. Antes de iniciar as palavras de
agradecimento, eu quero, também dizer que nós somos um conjunto de mulheres
muito unidas, então, antes de começar, quero agradecer mais ainda. Eu quero
agradecer às minhas Vices que estão aqui: Maria Campos Hofmeister, Odete Botton
de Souza; às minhas Tesoureiras Sirlei Gasnier, Márcia Porto Castro; às minhas
Coordenadoras de Comitê, à Sandra Boni; à Iria Cabrera, do Comitê de Negócios;
e às nossas sócias queridas, que são o corpo da BPW e que, praticamente,
trabalhamos com elas e para elas. Vou dizer a seguir, aqui presentes: Luisa
Silla Maisonnave, uma das fundadoras de BPW; Eloísa Reis, uma das fundadoras
também; Maria Celina Consalter; Verª Mônica Leal, aqui também, Fernanda Xavier,
nossa associada; a Iara Frainer; Marília Moraes; Ana Rita Krás Borges; e
quero agradecer as presenças de amigos queridos que não pertencem à BPW,
mas, por coração, pertencem. Obrigada, Volnei Torcheti, Coordenador do
Movimento Nacional dos Meninos de Rua, no Rio Grande e Sul, e Diretor da
Fundação de Proteção Especial.
Eu quero agradecer, também, à Srª Cristina Cunha, da Associação das Produtoras Rurais da Farsul, aqui representando as nossas amigas, coordenadoras e colegas do trabalho que fizemos dentro da Farsul. Obrigada, Cristina. Eu também quero agradecer, com muito carinho, a presença do Dr. Alson Pereira da Silva, ex-Prefeito de Rosário do Sul, bem como ao meu esposo, Empresário, Pedro Paulo Gonçalves, obrigada.
Eu
quero dizer para todas as pessoas que eu citei que esse Diploma é de todas nós.
Muito obrigada. (Exibe Diploma.)
Eu vou ser rápida, pois pessoas ilustres já
falaram sobre a finalidade da nossa Associação, mas uma coisa importante, para
dar um cunho do nosso espírito, foi o que disse um grande homem, que, para mim,
é muito importante, uma vez que eu venho da área rural - desde a época do meu
bisavô que eu luto no campo e, mais do que nunca, a nossa luta, agora, é
diferente, pois ela não é “à pata de cavalo”; a nossa luta é com a caneta. Então,
eu vou falar, numa frase, o que representa, em termos, a nossa Associação,
frase essa do nosso legendário líder Bento Gonçalves, que disse, no dia 23 de
outubro de 1835 (Lê.): “Nunca esqueceis que sois os administradores do melhor
patrimônio das gerações que vos devem suceder; que este patrimônio é a
liberdade, e que estais na obrigação de defendê-lo à custa de vosso sangue e de
vossa existência”.
Essas palavras de
Bento Gonçalves mostram a força do nosso Rio Grande do Sul. Então, eu falo da
BPW de Porto Alegre. Todas nós, através das nossas ex-Presidentes, as quais eu
vou citar, foram mulheres que fundaram a Associação e tiveram, graças a Deus, a
idéia de trazer a BPW para o Rio Grande do Sul e formaram essas mulheres que,
hoje, compõem toda a nossa Diretoria, ou seja, a Wilma Araújo Santos, 1.ª
Presidente; Marta Echenique, 2.ª Presidente; Maria Luíza Fleck Saibro, 3.ª
Presidente; Heloísa Dietrich, seguida de Ana Luisa Gonçalves, que também foi
Presidente Nacional, Dra. Marilze Benvenuti e eu, que estou sucedendo à Maria
Luíza Fleck Saibro e à Marilze Benvenuti. Então, quero agradecer mais uma vez e
dizer que a nossa Associação está às ordens de todos, nós somos encarregados de
vários movimentos de empreendedorismo e estamos abertos a todas as pessoas que
quiserem conosco trabalhar. Muito obrigada.
Eu gostaria - eu sei
que eu estou faltando às normas da Casa - de uma palavra da Beatriz, a minha
Presidente Nacional, por obséquio.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. BEATRIZ
ZANELLA FETT: Sr. Presidente da Câmara de
Vereadores, Srs. Vereadores, eu fico muito feliz de, por um minuto, dizer à
nossa Presidente de Porto Alegre, Mimi Cáceres Gonçalves, que nós, da
Federação, sentimos muito orgulho do trabalho que é feito nesta Cidade. Existe
um trabalho de conscientização das mulheres e um trabalho, procurando mostrar a
responsabilidade social das líderes que hoje integram a Associação de Mulheres
de Negócios Profissionais. Nós somos uma Federação que hoje tem assento no
Conselho Nacional de Direitos da Mulher, na Presidência da República, somos uma
das 19 ONGs de todo o País que estão deliberando sobre o caminho e os passos
que as mulheres brasileiras deverão seguir, principalmente num tópico que eu
hoje, dentro desta Casa, deveria citar, que é a cidadania, cidadania com tudo
aquilo que traz no seu bojo. Eu sinto muita satisfação e muito orgulho de, como
gaúcha, cumprimentar a Mimi em nome da Federação e de todas as mulheres
profissionais do Brasil. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Também para uma rápida saudação,
a Srª Yara Blochtein, que é Presidenta Internacional do Comitê de Meio Ambiente
e de Desenvolvimento.
A SRA. IARA
BLOCHTEIN: Boa-tarde, nós temos orgulho de, neste momento,
representar a Presidente Internacional, que é da Tailândia, a Chonchanok
Viravan, e eu a represento neste momento com muito orgulho. Eu sou Coordenadora
do Meio Ambiente do Desenvolvimento Sustentável para os cinco Continentes para
o próximo triênio. É a primeira vez que uma brasileira ocupa esse espaço. Nós
trabalhamos de uma forma tão forte e tão bonita; inclusive começamos e
continuamos em Porto Alegre e, graças ao nosso trabalho que fazemos aqui,
conseguimos ser eleita na Suíça no mês passado.
Eu quero agradecer em
nome da Presidente Internacional esta homenagem tão emocionante e tão
importante para nós, e para comunidade, e para a sociedade, e para a parte
política de Porto Alegre. Muito obrigada. Nós estamos aqui presentes e vamos
continuar participando da nossa comunidade. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Estamos encerrando esta
solenidade extremamente importante. Queremos cumprimentar o proponente da
homenagem, Ver. Márcio Bins Ely, e, de resto, a Associação de Mulheres de
Negócios e Profissionais. As lideranças manifestaram os propósitos nacionais e
internacionais da entidade. Gostaria de dizer que é uma entidade extremamente
ativa que promove reuniões, debates, reflexiona sobre toda essa realidade não
só econômica, como também política, social e cultural do nosso Estado, do nosso
País. Portanto, é uma entidade do maior respeito que nós temos em Porto Alegre,
no Rio Grande do Sul.
Presidenta Amélia
Noemi Gonçalves, demais integrantes da Diretoria e demais sócias, é uma honra
para a Casa recebê-las, e as cumprimento pelo transcurso do 16º aniversário. A
Entidade é muito importante para o nosso desenvolvimento, para as reflexões
sobre toda essa temática que nos envolve não só no campo do empreendedorismo,
mas também no campo político, no campo econômico e social. Portanto, está de
parabéns a Associação, e levantamos os trabalhos com os agradecimentos já
produzidos. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos
às 15h11min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 15h15min): Estão reabertos os
trabalhos.
A Verª Margarete
Moraes solicita Licença para Tratamento de Saúde na data de hoje, 26 de
setembro de 2005.
(Obs.: Foi apregoado
o Requerimento de Licença da Verª Margarete Moraes e dada posse ao Suplente,
conforme consta na Ata.)
Hoje temos o
comparecimento dos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Mané
Garrincha.
Convidamos as
Professora Cláudia Fialio, Maria de Lourdes Gadea de Moraes e Susan Morozine de
La Pace a fazer parte da Mesa.
Solicitamos ao Ver.
Aldacir Oliboni que faça a saudação aos alunos portadores de deficiência da
Escola Estadual de Ensino Fundamental Mané Garrincha.
O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje é o Dia
Nacional dos Surdos, e nós estamos construindo esses espaços para poder nos
expressar. É de extrema importância dizer que o objetivo deste comparecimento é
homenagear os surdos e comemorar, juntamente com a comunidade dos surdos
brasileiros, esta data de 26 de setembro, data em que são relembradas as lutas
históricas vividas por melhores condições de trabalho, educação, saúde,
dignidade e cidadania, bem como pelo reconhecimento da Língua Brasileira de
Sinais e da cultura surda em todas as instâncias.
No Brasil, o dia 26
de setembro é sugerido devido ao fato de essa data ser lembrada pela
inauguração da primeira escola para surdos no País, fundada em 1987, com o nome
de Instituto Nacional dos Surdos-Mudos do Rio de Janeiro, chamado INES -
Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Neste dia, nós
achamos importante trazer não só a Escola, os alunos, os professores, mas também
enfocar dois aspectos que são fundamentais para nós em Porto Alegre: um deles é
que foi constituída por esta Casa, por estes Vereadores, uma Comissão que está
discutindo as políticas para os PPDs em Porto Alegre, e essa Comissão esteve
visitando a Escola Estadual de Ensino Fundamental Mané Garrincha. Percebemos
ali o excelente trabalho desenvolvido pelas professoras. Recebemos nessa visita
uma reivindicação, para encaminharmos à Secretaria Estadual de Educação, da
necessidade de uma tradutora-intérprete em turno integral, gesto esse que nós
já fizemos: encaminhamos à nobre Presidência da Casa, o Ver. Elói Guimarães,
que encaminhará à Secretaria Estadual de Ensino.
Também lembramos de
que naquele local, naquela visita, soubemos que muitas outras coisas poderiam
ser feitas, e essa Comissão, por meio deste Vereador, que é o Presidente, da
Verª Manoela, Vice-Presidente, da Verª Neuza Canabarro, que é a nossa Relatora,
vai enfocar esses assuntos, porque será pelas propostas aqui elencadas que nós
vamos sugerir ao Executivo também outras proposições e encaminhamentos
sugeridos em todas as visitas que nós fizermos. E acredito que é de tamanha
importância, como foi, por exemplo, um dos Projetos aprovados nesta Casa, de
minha autoria, que é a implementação do “Teste da Orelhinha” em Porto Alegre.
Se para muitos não tem importância, vejam que, no recém-nascido, feito o exame,
em um período de seis meses e detectada a deficiência auditiva, nós teríamos
uma grande redução do número de portadores de deficiência auditiva hoje.
Esse exame é feito em
Porto Alegre somente no Hospital de Clínicas e no Hospital Conceição. Estamos
recomendando que todas as mães que tiverem recém-nascidos façam esse teste,
pois é de extrema importância para reduzirmos o número de pessoas portadoras de
deficiência auditiva. Nesse sentido também queremos dizer que a Comissão, Verª
Neuza, que está nos ouvindo atentamente, está aqui de braços abertos não só
recebendo sugestões para Porto Alegre, como de todas as entidades
representativas que quiserem se somar a essa luta. Nós, no relatório final,
juntamente com a Verª Neuza Canabarro e demais Vereadores, vamos indicar as
pequenas falhas e as sugestões que forem trazidas a esta Casa.
Queremos agradecer
aqui a visita dos alunos e dizer que estamos nessa luta com vocês. O dia de
hoje é comemorativo ao Dia Nacional, mas sempre é uma constante luta para que
possamos promover a inclusão social. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Nós queremos agradecer ao
Ver. Aldacir Oliboni, que falou em nome da Casa. Agora, oferecemos a palavra à
Professora Cláudia Fialio, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Mané
Garrincha.
A Professora Susan Morozine de La Pace fará a
tradução pela Libras (Língua Brasileira de Sinais).
A SRA. CLÁUDIA
FIALIO: (Pronunciamento a ser traduzido.)
A SRA. SUSAN MOROZINE
DE LA PACE (Tradutora): Ela está perguntando
se precisa de microfone para sinalizar?
A SRA. CLÁUDIA
FIALIO: (Pronunciamento a ser traduzido.)
A SRA. SUSAN MOROZINE
DE LA PACE (Tradutora): Então ela está
sinalizando com a mão à frente do microfone, até para que vejam que as mãos não
tem som, ela precisa de alguém para passar a idéia, o pensamento dela.
A SRA. CLÁUDIA
FIALIO: (Pronunciamento a ser traduzido.)
A SRA. SUSAN MOROZINE
DE LA PACE (Tradutora): Ela pergunta: vocês
acham que serve só o microfone para ela?
A SRA. CLÁUDIA
FIALIO: (Pronunciamento a ser traduzido.)
A SRA. SUSAN MOROZINE
DE LA PACE (Tradutora): Não! Ela disse que
precisa de alguém.
A SRA. CLÁUDIA
FIALIO: (Pronunciamento a ser traduzido.)
A SRA. SUSAN MOROZINE
DE LA PACE (Tradutora): Desculpa, eu gosto
muito de contar a vocês a minha vida e eu precisava, hoje, de um intérprete
oficial, mas por questões que, neste momento, não precisamos discutir ou
posteriormente... Acho que esta Casa, que representa o segmento dos Vereadores,
dos políticos de Porto Alegre, pode, sim, ter um intérprete oficial sempre à
disposição de um surdo, quando ele quiser vir a este estabelecimento.
Os Senhores devem estar
se perguntando: se nós somos professoras, por que não interpretamos?
Interpretamos, mas não somos profissionais dessa área. Para interpretação em
público, tipo em trabalho e em palestras, há um intérprete oficial.
Nós somos professoras
capacitadas na área da educação dos surdos e com cursos de formação em língua
de sinais. Então, ela mesma, como surda, diz que, lógico, se sente muito mais
segura com a intérprete oficial.
Assim, nós estamos
mais fazendo uma troca com a Cláudia, eu não diria uma interpretação oficial.
Obrigada, mas ela precisava dar esse esclarecimento.
Hoje, ela está
falando sobre o Dia do Surdo, que se comemora no dia 26 de setembro, e ela
queria falar um pouquinho do surdo.
Lá em cima, nas
galerias, à minha esquerda, há um grupo de 18 surdos que são da nossa Escola.
(Saudações do grupo
nas galerias.) (Palmas.)
São crianças e jovens
de 4ª e 5ª série. Podem ver que a expressão deles é de alegria e felicidade,
porque eles hoje têm uma comunicação própria, a língua de sinais, que os orgulha
e facilita que eles possam mostrar seu pensamento.
A pessoa que está
traduzindo para eles é uma professora formada no Magistério, mas atualmente
ainda está cursando a faculdade, mas a sua vida, o seu passado, não foi muito
fácil, foi de muita luta.
Hoje as coisas estão
melhores, estão evoluindo, pode conversar, pode papear, pode trabalhar. Ela
trabalha em duas escolas: na Escola Mané Garrincha, que é uma escola pública, e
na Escola Concórdia, que é uma escola particular. A Escola Mané Garrincha é uma
escola regular, composta por 400 alunos, onde um grande grupo é de ouvintes e
60 são surdos. Os surdos estudam em grupo de surdos e têm sonhos e preocupações
próprias, preocupações que às vezes não chegam até os nossos Governantes, no
nosso caso, o Estadual. Depois, também ela vive outra realidade; ela trabalha
em uma escola particular, que é a Escola Concórdia, ela é Professora de
Educação Infantil. A Escola Concórdia, como os Senhores devem saber, é uma
escola que trabalha da Educação Infantil até o Ensino Médio, essa escola é
vinculada à Ulbra. Como vocês podem ver, ela vive duas realidades bem
diferentes.
Muitos surdos, em
ambos os locais em que lutaram, já conseguiram até uma formação superior, e
hoje estão espalhados, trabalhando nos mais diversos setores em Porto Alegre,
nos mais diversos pontos. Mas ainda também temos muitas crianças fora da
escola, em busca de uma oportunidade na construção de uma identidade; crianças
que buscam um espaço para ser um cidadão. É importante para eles, no futuro, terem
esse espaço, seja profissional, seja escolar.
Neste momento, ela (A
oradora.) tem uma preocupação, quando ela ouve o MEC e várias outras entidades
falarem em inclusão, que tenham cuidado, que não se esqueçam que o surdo tem
uma diferença lingüística, tem uma comunicação diferenciada, e o tempo tem
provado que essa comunicação tem ajudado muito a evolução também cognitiva
dele, do surdo.
Vocês ouvem muito
hoje falar de inclusão, pode e será inclusão no momento em que, em nosso País,
no nosso Estado, se reconhecer a língua de sinais, a Libras, como a língua dos
surdos. Ao mesmo tempo, é possível colocá-los em uma sala com pessoas que não
saberiam se comunicar com eles? Como agora aqui, se ela estivesse usando só os
sinais, como é que vocês se sentiriam, se não houvesse alguém interpretando?
Será que ela, como professora formada e concursada, do quadro do Magistério do
Estado, poderia trabalhar com um grupo de ouvintes, ou não teria também
direito? Só o surdo poderia ser colocado junto com ouvintes? É uma coisa muito
séria, que tem de ter muito esclarecimento, muita discussão, muita observação,
para ser tomada como ponto fechado.
Ela agradece pelo espaço que lhe foi dado para
trazer alguns questionamentos e essa sua preocupação, porque ela não pensa em
ficar de braços cruzados, não; ela vai à luta, como muitos outros surdos, para
conquistar o seu espaço. (Palmas.)
As mãos dela podem dizer coisas que a sua voz, a
sua fala não conseguem; disso ela tem certeza. Ela pode visualizar e pode
passar para vocês o seu pensamento usando as mãos. Obrigada. Ela agradece
também pela minha ajuda. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos encerrando esta parte da Sessão, o comparecimento da Escola
Estadual de Ensino Fundamental Mané Garrincha, no dia em que se comemora o Dia
Nacional dos Surdos.
Nós queremos, mais uma vez, agradecer ao Ver.
Aldacir Oliboni, bem como à Verª Neuza Canabarro; queremos cumprimentar os
alunos da Escola Mané Garrincha aqui presentes; queremos cumprimentar a Prof.ª
Cláudia Fialio, que fez o discurso aqui pela linguagem de sinais, que foi
traduzido na Linguagem Brasileira de Sinais, Libras, pela Prof.ª Maria de
Lourdes Gadea de Moraes, bem como pela Prof.ª Susan Morozine De La Pace.
Esta Casa se sente honrada
por este momento em que nos somamos a toda essa problemática. Gostaríamos de
dizer que esta Câmara é sensível aos pleitos aqui colocados no discurso da
Prof.ª Cláudia. Quero registrar aqui o esforço e o apoio que a Verª Neuza
Canabarro prestou à Escola Mané Garrincha, basicamente nessa área dos surdos.
Portanto, nós
queremos, mais uma vez, cumprimentar as professoras, professoras especiais,
diríamos, especialíssimas, que lidam, além da sua formação, com uma formação de
excepcionalidade no trato e no conhecimento da linguagem por sinais. Quero
cumprimentar aqui os alunos e alunas, e encerramos, agradecidos, este momento
em que a Casa referencia, exatamente, o Dia Nacional dos Surdos.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos
às 15h37min.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães – às 15h39min): Estão reabertos os
trabalhos.
O Ver. Paulo Odone
está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pelo
início da Sessão de hoje, a gente vê, Presidente, que, felizmente, a nossa
sociedade, o nosso mundo não está paralisado e, de todas as formas, segmentos
que antes não atuavam na política e na vida comum estão comprometidos. Vimos as
entidades das mulheres de negócios e profissionais, e vimos esta maravilhosa
atuação dessa Escola, dessas professoras, com a presença dos alunos aqui, o que
nos dá esperanças pela inclusão social.
Srs. Vereadores,
quando se colocou na campanha à Prefeitura Municipal a candidatura a Prefeito
do nosso então candidato Fogaça, internamente nós, no PPS - e eu vinha, há
muito tempo, conversando com os companheiros e com o Prefeito, então candidato
e, depois, com os Partidos que acompanharam essa marcha -, conversamos muito
sobre a questão da relação de um Prefeito, de um Executivo com a sua sociedade,
era a pauta do chamado “Orçamento Participativo”, orgulho do PT e da Frente
Popular, pelo fato de Porto Alegre ter uma intensa participação popular através
desse mecanismo. Muito se discutiu isso, embora até alguns achassem e dessem
alguns testemunhos do aparelhamento desse mecanismo para um fim partidário, mas
a participação popular, através do Participativo, era válida, sim, tinha pontos
muito fortes a serem mantidos e incrementados. Eu, pessoalmente, tinha tido uma
experiência na Assembléia Legislativa, quando também por preconceito... Aí foi
invertido, o PT achava que o que nós chamávamos de Fórum Democrático seria um
antiOP, uma antiparticipação popular, mas, na verdade, eu, hoje, me sinto
gratificado a cada vez que encontro, Ver. Brasinha, uma reunião pública, com
audiência pública e debate, enfrentando as questões do Estado, sendo audiências
do Fórum Democrático. E, na época, eu os instalava e os passava à direção do
Presidente da Comissão de Finanças, que era o Deputado Paulo Pimenta, do PT.
Pois bem, assumimos
com o compromisso de tentar fazer um governo, em Porto Alegre, que chamamos de
“Governo incentivador da Governança Solidária”. Governança Solidária que muita
gente achou que era algo para destruir o OP, mas não era, não! E eu fico
satisfeito quando isso vem sendo construído.
Quinta-feira fui
chamado, Ver. Dib, a assistir à instalação de um Posto Integrado de Segurança
Pública no bairro Cascata, depois do fim do bairro Glória, em cima do morro, zona
da periferia da nossa Cidade. E lá estavam, num evento promovido pelo fórum da
comunidade, que é integrado por diversas entidades, entidades religiosas, o
Governo do Estado, através de várias entidades - no ato, no caso, o setor da
Segurança Pública -, associações de moradores e comunitárias, comerciantes,
empresários, gente do transporte coletivo, a Prefeitura Municipal, presente por
meio de vários setores, escolas municipais, para a instalação desse Posto
Integrado de Segurança Pública. Lá estavam o Delegado de Polícia da área, o
responsável pelo Comando da Brigada Militar na área, a nossa Guarda Municipal,
representada pelo seu Comandante na área, e a comunidade toda, orgulhosa por
estar participando da construção de tudo isso - essa realização implica no
apoio da Secretaria Estadual da Segurança Pública e, principalmente, do
Secretário Kevin, que esteve presente, e eu o cumprimento por isso, que é da
Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana -, a inaugurar o Posto, que
não é só um posto de segurança. Lá vai funcionar uma subdelegacia com apoio da
Brigada, da Guarda Municipal, mas, fundamentalmente, vai funcionar o Fórum de
Desenvolvimento Regional.
Essa é a experiência
de Governança Solidária provocada, assumida, iniciada pela comunidade e pelo Fórum
Social.
Se os nossos bairros
repetirem isso, tenho certeza de que se começa a caminhar e a construir,
inclusive naquilo que parece que é o que mais se valoriza, a segurança pública,
construindo a qualidade de vida do nosso cidadão. O fato de eles serem o
sujeito, de eles comandarem a construção desse Centro, de eles comandarem essa
união de forças entre o Estado, o Município, entre várias Secretarias Estaduais
e Municipais, o fato de receberem o olhar e a atenção dos Secretários, de
estarem lá para propor mais do que isso, a querer instalar o Telecentro para
que a comunidade - essa que não tem acesso também à vida econômica e social da
nossa Cidade - possa ter, através do uso da tecnologia nova, da informática, da
computação, acesso aos diversos setores da Cidade.
Ora, esse exemplo
típico, prático, de quem inicia o que nós queremos chamar de “governança
solidária” que é a participação ativa, crítica, mas também construtiva da
cidadania, merece o nosso aplauso. É alguma coisa que sai do discurso e passa
para o mundo fático, o mundo da prática, é algo que nos compromete, a nós,
Vereadores, com a construção desse tipo de promoção. Por isso, eu fiquei muito
contente de ter ido àquele ato que para mim foi simbólico, e espero que a
Associação Comunitária do Jardim Cascata e o Fórum de Desenvolvimento Regional
lá instalado recebam o apoio não só dos órgãos estaduais, mas desta Casa
também.
Eu quero, por tudo
isso, desta tribuna, cumprimentar o Presidente da Associação Comunitária do
Jardim Cascata, Sr. Lauro Do Val, que está presente aqui; o Sr. Ivo Fortes,
representante do Conselho de Saúde local, que estava no ato; o Sr. Jorge
Horácio e o Sr. Jorge Ribeiro, líderes comunitários; o Sr. Sandro Chimendes,
Coordenador do Fórum do Desenvolvimento - lá o Coordenador não é alguém do
Executivo, não, nem do Governo, é da comunidade, o Fórum é absolutamente
independente; o Sr. Marco Antonio Martins, Coordenador-Geral do Fórum de
Justiça e Segurança, que está aqui presente.
Todos os que estavam
lá, os homens da Brigada, os homens da Polícia Civil, os homens da Guarda
Municipal, todos concordam: não existe nenhum caminho viável para a
implantação, com eficácia, da Segurança pública sem a participação total,
comprometida, da comunidade. Sem essa solidariedade ativa da comunidade, não há
segurança; existe aplicação de força para conter violência e a escalada da
violência. E sem a integração da Polícia, da Brigada e da Guarda Municipal
também a comunidade não vai conseguir, sozinha, alcançar isso. Isso é o que eu
chamaria de efetiva ação pró à nossa Governança Solidária.
Eu espero que a gente
dê força a esse tipo - como em outras partes da Cidade está-se instalando - de
integração da segurança com a sociedade, de instrumentos de acessibilidade,
junto com isso a FASC, a Saúde e vários órgãos estaduais estão participando e
dando força e que a gente possa construir e dar as ferramentas para que essas
comunidades, como a da Cascata e da Glória se mexeram, possam alcançar o grande
objetivo: dar acessibilidade a quem precisa, sem paternalismo, sem aparelho
partidário, com absoluta independência. Essa é a única forma de conquistar
melhor qualidade de vida para a nossa comunidade. Parabéns a vocês da Cascata
que souberam dar o passo inicial; cobrem de nós a solidariedade para continuar
crescendo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Encerrado o Grande Expediente.
Passamos às
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto e do Ver. Carlos
Todeschini.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, quero tentar, neste período de Comunicações,
responder e deixar claro para a sociedade como se deu a transição na Secretaria
Municipal da Educação. Em diferentes momentos houve insinuações de que não
deixamos relatórios, de que não existem dados, de que o Governo Fogaça assumiu
sem conhecer os seus funcionários, até mesmo os funcionários cedidos. E fui
recuperar, porque não era Secretária na transição, e sim a Professora Maria de
Fátima Baierle, os detalhes da transição que foi realizada por uma comissão de
transição com representantes do Governo da Frente Popular e representantes do
Governo que estaria assumindo. E o Secretário da Governança Local, Sr. Cézar
Busatto, lembrará da audiência a que vou me referir neste momento específica
sobre educação, em que ele saiu com uma caixa de materiais, de relatórios de
toda ordem sobre a Secretaria Municipal de Educação.
Estou fazendo esses registros, porque o que nos
parece é que não interessa - eu tenho certeza de que jamais a Secretária Marilu
fará essa fala de que não tem os dados -, muitas vezes, ao Governo Fogaça saber
exatamente da herança, porque mantê-la funcionando, melhorando e avançando, não
é um desafio fácil. E eu trago aqui alguns dados: o convênio creche comunitária
é um convênio com 133 creches, cada um desses convênios tem um processo
específico muito bem cuidado e nesse processo tem o estatuto de cada creche, o
seu regimento, a sua proposta pedagógica, os termos do convênio, alguns
convênios que tinham impasses, estava ali toda a caminhada, foram passados com
urgência. Bem, o que nós sabemos hoje é que as creches comunitárias quase não
tiveram assessoria pedagógica neste ano; nós temos uma assessora para cada 30
creches, então, quatro assessoras fazem assessoria na Educação Infantil na
SMED. E nós sabemos a diferença que faz uma assessoria presente, construindo
com a creche comunitária o reordenamento do seu espaço físico, a qualificação
dos seus educadores, a organização de espaço de formação, a organização das
turmas, de critérios para atendimento das crianças, o trabalho com a
comunidade, a organização do seu orçamento, do convênio, da aplicação do
recurso público. É muito significativa a mudança que acontece nesse conjunto de
creches por essa parceria, por essa caminhada. Eu temo muito, eu temo por uma
assessoria de uma pessoa para cada 30 creches, é impossível, é impraticável
acompanhar o cotidiano da creche comunitária. E nós sabemos que a creche
comunitária luta com muito esforço para manter um espaço qualificado, para
manter educadores, os educadores estão em processo de formação ainda. É muito
importante que o Poder Público dê esse suporte, dê esse acompanhamento. O que
há é uma falta de manutenção ou até de ampliação e qualificação num trabalho
muito importante da Secretaria Municipal de Educação.
Eu quero trazer um
outro exemplo muito significativo - o Ver. Haroldo, que pediu que eu o
esclarecesse, terá de pegar as notas taquigráficas do meu pronunciamento. Falo
aqui do Projeto da Orquestra de Flautas Heitor Villa-Lobos, que é uma orquestra
reconhecida pela Cidade, pela excelência do trabalho e pela extensão na
inclusão social realizada numa escola da Lomba do Pinheiro, região onde mora a
Verª Maristela Maffei, incentivadora importante da iniciativa. Pois a Orquestra
de Flautas, que atendia no final do ano passado 220 alunos, hoje atende menos
da metade, com apenas 90 alunos envolvidos. Sabem por quê? Porque não houve
mais nenhum repasse de verbas para a Orquestra manter professores. Nós tínhamos
professores de violino e violoncelo, pagos pela Secretaria Municipal de
Educação. Tínhamos professores de cavaquinho e percussão. Hoje se mantém a
percussão por parceria; hoje se mantém apenas grupo de estudo de violoncelo e
violino, com uma ex-aluna da escola Heitor Villa-Lobos, que hoje é estudante no
IPA, através do ProUni, vai ser uma professora de música, maravilhosa professora
que dá aulas sem nada receber. Então, a Orquestra, que fazia um trabalho com
220 crianças, Ver. Sebenelo, hoje está com 90 crianças, esperando que talvez um
projeto no MEC seja aprovado. E a Secretaria de Educação vai dizer que não
houve informação na transição? Claro que houve. Essa Secretaria, inclusive,
depois da transição recebeu da Escola o conjunto de demandas.
Então, isso me
preocupa, porque o que mais parece nessas falas, pois procuram dizer que não
houve informação, é uma necessidade de não mostrar a herança, porque este
Governo não está à altura da herança que recebeu.
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Perdão pela divergência, mas com todo o calor de recebimento de uma
mensagem tão maravilhosa como esta que é a música para as crianças... Primeira
delas.
A professora de
violoncelo está em atividade diária. A professora de violino está em atividade
diária e permanente. A professora de flauta, os dois professores de flauta, são
pagos permanentemente. O que está faltando é que, por um fenômeno
administrativo, a Câmara Municipal de Porto Alegre devolveu a verba que precisa
do Ministério, que ia ser votada aqui na Câmara - do Projeto - ao Executivo e
agora vai voltar para a Câmara, vai ser votado, vai ser aprovado e então nós
teremos a verba. Realmente, existe a crítica pertinente na quantidade de
alunos, é verdade, mas a carência não é por culpa deste Governo, é por problema
ocorrido inclusive aqui dentro da nossa Câmara.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Sebenelo, eu aceito a divergência, mas quero dizer-lhe que falei
há poucos minutos com a Professora Cecília, que é a regente da Orquestra de
Flauta e ela me confirmou que foram fechadas, sim, e que não há professor de
violoncelo e violino e, sim, aquele extra que compõe a Orquestra, que mantém as
aulas entre os colegas. E há, sim, algumas parcerias de fora e não do Poder
Público. Então o Poder público não estava passando recurso, mantém a professora
com horas, porque é professora concursada. Mas não há recursos do Poder Público
para as aulas que antes faziam com que a Escola atendesse 220 alunos.
E acho que entre todos os elementos, só para
fechar, eu ainda queria falar da compra direta de hortifrutigranjeiros, que é
um Projeto lindo e que não foi retomado mesmo com todo o esforço que fizemos de
reunir com a Secretaria três escolas da Zona Sul, que compravam alimentos
direto dos agricultores. Não é recurso a mais, é o mesmo recurso da merenda
escolar. Não foi um problema de transição. Não há uma vontade política de retomar.
Eu poderia gastar
mais 10 minutos falando numa série de Projetos, me parece que é uma herança que
nós precisamos cobrar, sim, porque foi conquista da Cidade, da Educação da
Cidade, e muito nos orgulhamos dela e não será contada uma história diferente.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a
palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Claudio Sebenelo.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, depois de ouvir essas angustiantes notícias que a Verª Sofia
Cavedon traz a todos e a todas nós, gostaria, Verª Sofia, de dar uma boa
notícia, aliás, uma fantástica notícia a todos os senhores e senhoras e a todos
que nos assistem. Agora, neste exato momento, continua acontecendo uma
atividade que reúne cerca de três mil jovens, aqui atrás da Câmara de
Vereadores, no centro de tradições do nosso Estado, no Parque Harmonia,
lançando oficialmente um dos Projetos mais fantásticos do nosso Governo Federal:
o Projeto Escola de Fábrica.
Eu tenho,
sistematicamente, apresentado as propostas de políticas públicas de juventude
do nosso Governo e do Governo Lula para essa juventude, mas é muito diferente
falar e ver as coisas acontecendo do que simplesmente falar. Nós tínhamos ali
jovens das principais regiões do nosso Estado, das regiões onde o setor
produtivo, Ver. João Dib, é comprometido com as transformações sociais que o
nosso País precisa. E o representante da Marcopolo dizia, ali, que há a
necessidade da transformação social deste País, envolvendo e qualificando a
juventude brasileira, inclusive dando a informação de que 100% dos estudantes
que entram na escola de formação daquela empresa são absorvidos pela própria
empresa.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Nobre Verª Manuela, aí está o equívoco dos últimos Governos
brasileiros: não deveriam ter feito tantas universidades, tantas faculdades,
mas, sim, cursos de níveis técnicos de excelente qualidade, como anteriormente
era o Parobé aqui em Porto Alegre. E aí a nossa mocidade, a nossa juventude
teria muito mais opção de trabalho, muito mais opção para crescer; mas hoje só
fazem faculdade de Direito. No Paraná, por exemplo, 8% dos formados de Direito
passaram no exame da Ordem dos Advogados; no Rio Grande do Sul, menos mal,
passam cerca de 40%.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Então, Ver. João Dib, na realidade, este Projeto
Escola Aberta faz parte de uma série de programas do Ministério da Educação.
Diga-se de passagem, o mesmo Ministério que barrou a abertura indiscriminada de
cursos de nível superior, fundamentalmente em áreas em que o nosso País já está
bem servido; porque o que acontecia era que, com a liberalização da Educação,
da abertura indiscriminada de cursos - aliás, abertura liberada,
fundamentalmente, nos últimos oito anos, pelo Ministro Paulo Renato de Souza,
nosso conterrâneo gaúcho -, nós não tínhamos mais qualidade e, nem sequer,
essas universidades que abriam tinham compromisso de seguir a função social
prevista na Constituição Brasileira.
Portanto,
sinceramente, num momento em que nós vemos tantas coisas ruins, olhar três mil
jovens do nosso Estado aprendendo, se profissionalizando, ingressando no
mercado de trabalho, é algo que realmente emociona e toca fundo em todos
aqueles que são preocupados com a juventude, porque sabemos da necessidade
dessa juventude de conseguir se profissionalizar e entrar no mercado de
trabalho. Inclusive, gostaria de salientar que estava presente também o
ex-Ministro de Educação, Tarso Genro, e devemos ressaltar que é o idealizador
desses Projetos, aliás, de diversos Projetos que são transversais, hoje, no
Governo Federal e que trabalham a questão da juventude, alguns deles situados
no Ministério do Trabalho e Geração de Emprego.
Além disso, eu
gostaria de compartilhar com todos e todas que ontem, sábado e domingo, nesse
final de semana, tivemos a Conferência Estadual do meu Partido, do Partido
Comunista do Brasil. Nessa Conferência debatemos o documento do nosso 11º
Congresso que será realizado no final do mês de outubro, na cidade de Brasília,
mas também fizemos alguns debates sobre a nossa atuação aqui no Estado do Rio
Grande do Sul. A todos os comunistas do Estado impressionou, fundamentalmente,
algumas questões, Ver. João Dib, que me escuta tão atentamente. Primeiro, a
renovação gigantesca das fileiras do nosso Partido, no sentido da faixa etária
dos nossos militantes. Nós tínhamos um plenário, mesmo com diferentes
Municípios, de diferentes formas de lutar, ou seja, desde os trabalhadores,
estudantes, sindicalistas e dirigentes do movimento sindical, os jovens do hip
hop, mas nós tínhamos quase a totalidade dos delegados, das delegadas na
nossa 13.ª Conferência com baixíssima idade, jovens de 20, 25 anos que
enriqueceram o Auditório Dante Barone na Assembléia Legislativa. Isso comprova
que a nossa política, não só está no caminho certo, porque crescemos o nosso
Partido - e crescer um Partido, dobrar a militância de um Partido, num Estado,
em tempos de crise, e sendo coerente com aquilo que se defende e não se
escondendo atrás de meias verdades, mas dizendo aquilo que se defende, não é
pouca coisa para um Partido de idéias como o nosso -, um Partido que quer
crescer e quer se renovar. E a outra questão é a composição do nosso novo Diretório
Estadual. Embora tenhamos reconduzido o nosso valoroso Presidente Adalberto
Frasson, nós tivemos uma renovação gigantesca, porque, hoje, a maioria da
Direção Estadual do Partido Comunista do Brasil, no Rio Grande do Sul, é
composta por trabalhadores, por homens e por mulheres metalúrgicos, por
dirigentes do movimento sindical, por dirigentes do movimento estudantil, por
pessoas que, efetivamente, são todas de luta, têm trabalho e têm sustentação
real no Movimento dos Trabalhadores da Juventude do nosso Estado. E isso também
nos alegra intensamente, porque não só somos um Partido que conseguiu crescer,
não só somos um Partido que conseguiu ser renovado, do ponto de vista de ter
novos militantes, trazer jovens para a política, mas, também, somos um Partido
que respeita a diversidade da sociedade brasileira e as suas maiorias,
constantemente chamadas de minorias: os trabalhadores, as mulheres e a
juventude.
E, por fim, quero
dizer que, nessa Conferência, também aprovamos - acho que isso, simbolicamente,
embora seja óbvio, é muito importante - uma moção dos comunistas gaúchos em
apoio à candidatura do nosso querido Deputado Federal Aldo Rebelo à Presidência
da Câmara. Nós não acreditamos em salvação, como alguns tentaram falar, mas nós
sabemos que o camarada Aldo é um dirigente do nosso Partido à altura de dirigir
um dos principais espaços da política brasileira: a Câmara Federal. Muito
obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, hoje vou utilizar este tempo de Liderança para falar de uma
situação que eu tenho colocado aqui na Câmara, que me preocupa. Mas, de forma
concreta, na semana passada, alguns trabalhadores morreram, de madrugada,
enquanto faziam limpeza nos corredores de ônibus de Porto Alegre. E, ontem,
também, saiu uma nota do Diretor do DMLU, Garipô Selistre, também colocando
essa preocupação, dizendo que esses trabalhadores estavam usando o material
adequado, e que eles tinham roupas reflexivas. Mas a preocupação que eu tenho é
diferente. Esses trabalhadores, todos eles, são vinculados a cooperativas. Eu
já falei, aqui nesta Casa, que essas cooperativas, esses trabalhadores que, na
realidade, dizem-se sócios, não contribuem para o INSS. Então, nós estamos
fazendo, agora, Presidente, uma solicitação para saber se esses trabalhadores
que a EPTC contratou para fazer esse trabalho tinham carteira assinada. Mais
uma vez, as senhoras e os senhores verão que não! Ou seja, nós não estamos
ajudando os trabalhadores; pelo contrário, nós estamos fazendo um processo de
exploração desses trabalhadores. Essas famílias, certamente, vão receber apenas
um seguro - e olhe lá! -, mas não terão direito à pensão, porque os empregados
não contribuíram para o INSS. E todos eles são sócios das tais cooperativas,
que, cada vez mais, proliferam no nosso Município, no Estado e no próprio País.
Então, nós temos de
ter um olhar diferente sobre esse assunto. Eu tenho insistido, aqui nesta Casa,
sobre este assunto, porque nós falamos e criticamos muitas vezes essa questão.
Hoje esteve aqui a
Acergs, relatando o problema dos camelôs, dos trabalhadores do comércio
informal. Ora, esse tipo de atuação, aparentemente formal, também é uma forma
informal de trabalhar, porque os trabalhadores não contribuem para o INSS.
Eu já coloquei que,
aqui na Casa, o nosso pessoal que trabalha na parte de Serviços Gerais e que
fazem parte de uma cooperativa também não contribui para o INSS. Então, nós não
estamos fazendo justiça social! Isso também é uma forma de exploração do
trabalho pelo trabalho!
Então, essas pessoas
que morreram - eu lastimo pelo que aconteceu, e nós vamos buscar essa
informação - estavam trabalhando, porque precisavam, mas não tinham a devida
contribuição necessária como garantia. As famílias desses trabalhadores terão o
seguro, em razão de uma morte acidental, mas não receberão uma pensão. Esses
trabalhadores, muitas vezes, têm esposa e vários filhos, e quem é que vai
sustentá-los daqui para frente?
Então, nós, na
condição de Poder Público, temos de estar atentos para isso, pois é nossa
responsabilidade, como Parlamentares, investigar e não permitir que isso
prolifere.
Eu tenho debatido
isso aqui na Câmara, e volto, novamente, a pedir a atenção das Sras. Vereadoras
e dos Srs. Vereadores para este assunto, pois este é um assunto muito sério, e
nós temos de ter um olhar diferenciado sobre ele.
Se essas pessoas
trabalham, o INSS tem de ser descontado, ou seja, elas têm de estar vinculadas
ao INSS. Essa sociedade em que todos são sócios, na realidade, é uma falácia,
ela não existe! Não existe essa sociedade tal como se diz.
Na realidade, o que
está ocorrendo é a exploração do trabalho do homem pelo próprio trabalho.
Então, lastimamos que
três pessoas que estavam fazendo a limpeza morreram de madrugada. Morreram
porque as pessoas que dirigiam - e é o que diz o jornal - estavam embriagadas.
Mas colocar em risco a vida de um trabalhador sem os devidos direitos sociais,
eu acho que é um crime que nós estamos fazendo dentro do Município de Porto
Alegre. Nós não compactuamos com isso, vamos buscar essas informações; se for
necessário, vamos falar com as famílias desses trabalhadores, porque nós temos
que nos sensibilizar cada vez mais, dizendo que esse tipo de sociedade das
cooperativas é uma falácia. Não existe sociedade, o que existe é a exploração
do homem dentro desse mercado de trabalho. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham das galerias e também pelo
Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos. Eu quero abordar dois assuntos
no dia de hoje nesta tribuna. Cada vez mais eu me convenço da importância do
Projeto de autoria deste Vereador que foi aprovado nesta Casa, e hoje é Lei, a
respeito da criação dos Conselhos Municipais e do Fórum de Justiça e Segurança.
Por que eu digo isso? Depois de um estudo de aproximadamente quase 5 anos, no
Concepa, da Vila Nova, e lendo as notícias nos jornais, tenho certeza da
importância de ter apresentado esse Projeto.
Vejam, V. Exas,
na pág. 35 da Zero Hora (Lê.): “Liberação de suspeito revolta a família de
jovem”. Trata-se daquela jovem que foi brutalmente assassinada, com 25 anos de
idade, Fabiana Kila de Ávila, quando estava com o seu filho de 4 anos de idade.
E vocês podem me perguntar: onde é que o Vereador quer chegar? Vou explicar
claramente para vocês que me assistem pelo Canal 16 e para este querido
Plenário. Um réu confesso, esse cidadão... Cidadão? Será que vou chamar um
homem desses de cidadão? Alguém uma vez defendeu desta tribuna que o bandido
tem que ser chamado de cidadão. Eu não o chamo de cidadão. É uma coisa
qualquer. Silvio Luís Pilla Gonçalves confessou que participou do assassinato
dessa jovem, que foi levar o nenezinho de 4 anos apenas, e foi assassinada
brutalmente. Você, mãe; você, pai: pensem no nenezinho de 4 anos, que pede até
hoje pela mãe, que foi assassinada brutalmente. Só que esse Silvio Luís Pilla
Gonçalves, de 50 anos, que participou desse brutal crime, foi liberado por uma
ordem judicial. Está aqui na Zero Hora. (Mostra o jornal.) Foi liberado por uma
ordem judicial!
O que diz o meu
Projeto? Essa integração entre os órgãos públicos, entre o Poder Judiciário, a
Secretaria de Justiça e Segurança, que inclui a nossa querida Brigada Militar e
a Polícia Civil, para que as pessoas que representam esses órgãos possam ir à
comunidade e explicar isso lá. Como é que um homem desses é solto na rua? Um
homem que comete um crime brutal? Eu digo aqui desta tribuna, disse mais de uma
vez, e vou dizer quantas vezes forem necessárias: os crimes mais brutais que
acontecem nesta Cidade são cometidos por esses bandidos que estão em liberdade
condicional ou em regime semi-aberto. Mas será que não pesa na alma, no coração
dessas pessoas do Poder Judiciário que liberaram esse homem? Ele poderá cometer
um crime brutal amanhã ou depois, e está solto aí!
Então, o meu Projeto
é claro, meu caro Auri - segurança desta Casa que está me ouvindo com tanta
atenção, que também foi um policial, tem uma história na polícia, como tantos
outros que fazem parte da segurança da Casa, são homens que prestaram seu
trabalho na nossa polícia, nomes históricos que estão aqui prestando trabalho
nesta Casa.
Será que essa gente
não tem sentimentos? Essas pessoas têm de estar presas. Será que ele terá de
cometer outro crime brutal para depois ser recolhido ao xadrez?
Então, gente, essas
pessoas que representam os órgãos públicos têm de ir até a comunidade, como eu
já disse, explicar isso para a população. A população tem de cobrar, sim. É uma
família destruída e, amanhã ou depois, eles poderão cometer outro assassinato
como esse. Pior do que esse acho impossível: matar uma mãe indefesa pelas
costas, covardemente, quando ela estava largando o seu filho - que pede pela
mãe, implora pela mãe. A comunidade está revoltada. A comunidade pede justiça.
A comunidade está na rua, meus caros Vereadores. A comunidade está aqui: vejam
essa criança, na página 35 do jornal Zero Hora. (Mostra fotografia em jornal.)
A foto dessa jovem, morta covardemente, e dessa menina de cabeça baixa -
TVCâmara, mostre isso para a população! A população precisa ver! - com um buquê
de rosas brancas, olhando, triste e pensando... O que estará passando na cabeça
dessa jovem? Que tristeza, gente!
Mas o que me revolta
é que essas pessoas estão à solta. Repito: os crimes mais brutais que acontecem
nesta Cidade, por este nosso Rio Grande afora, são cometidos por pessoas em
regime semi-aberto, meu caro colega Ver. Maurício, ou por criminosos em
liberdade condicional. Com todo respeito à nossa Justiça, alguém, um dia, vai
ter de explicar isso para a comunidade.
E a linha do meu
Projeto é no sentido de que essas pessoas que representam os órgãos públicos
têm de estar lá junto com o povo - onde a comunidade deve cobrar -, nesses
conselhos, nesses fóruns; não é este Vereador que vai ter que explicar para a
comunidade, pois eles são os responsáveis por colocar em liberdade essas
pessoas que cometem esses brutais assassinatos, que deixam as famílias
completamente destruídas.
Meu caro Presidente,
se o restante dos Vereadores inscritos me permitir, eu gostaria de ocupar o
tempo de Liderança do meu Partido. Consulto Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Liderança é prioridade. V. Exª
tem a palavra, independentemente de consulta. Não há nenhum Vereador inscrito
em Liderança antes de Vossa Excelência.
O SR. ERVINO BESSON: Agradeço fraternalmente, meu caro Presidente, em nome da minha Bancada,
o PDT.
Outro assunto que eu
vou abordar no dia de hoje, nesta tribuna, é de muita tristeza também. Hoje
pela manhã quem acompanhou o programa Polêmica, do Lauro Quadros - eu ouvi uma
parte -, sabe que estava lá participando o nosso sempre Governador - pela sua
trajetória, pela sua história política -, Deputado Alceu de Deus Collares.
Homem íntegro que, com aquele seu jeito de ser, faz o Rio Grande ter saudades
suas. Aguardem! Breve nós teremos o retorno do nosso extraordinário Governador
Alceu Collares ao Palácio Piratini. O Rio Grande está pedindo. Pois nós vamos
convencer o nosso querido Deputado que aceite mais esse desafio, porque o Rio
Grande precisa do seu trabalho, do seu conhecimento, da competência e da luta
desse homem que leva o Rio Grande no peito.
Nesse programa de
rádio, hoje pela manhã, estavam a Luciana Genro e o Raul Pont, e eu ouvi com
muita atenção os depoimentos da Deputada Luciana Genro. Se fosse alguém dos
senhores e das senhoras, dos colegas Vereadores e Vereadoras, seria mais uma
pessoa que vai num programa de rádio; mas não é só mais uma pessoa, é uma
pessoa que tem uma história familiar política, que cresceu na sua trajetória
como uma jovem Deputada pelo nome do fundador do Partido que é o seu pai: Dr.
Tarso Genro.
Agora, os depoimentos
da Deputada foram impressionantes, eu acho que muitos de vocês ouviram. Ela foi
muito clara, porque, além de tudo, meus caros colegas Vereadores, ele é filha
de um cidadão. É uma pessoa qualquer? Não é, não! Pela história política dela,
pelo o que ela representa num cenário político. Ela foi dura e colocou com
muita clareza a situação do nosso País: que o PT - não vou generalizar, com
todo respeito à Bancada do PT, nós temos gente muito boa, em todos os Partidos
há os bons e há os ruins -, que a liderança do Partido, do PT, colocou este
País num mar de lama. Que a alta cúpula do PT, o alicerce vivo do nosso
Presidente da República, os homens fortes da presidência deste País colocaram o
nosso Presidente numa situação extremamente delicada e difícil.
Eu não queria estar
no lugar do nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eu não queria estar nem
por uma hora no lugar do nosso Presidente. Uma situação muito delicada, muito
séria.
Quando isso é dito
por uma pessoa que tem um trabalho, uma história dentro de um Partido, pela sua
trajetória, pelo que representa o pai dela, hoje, no cenário político nacional,
aí a coisa pesa. A situação política pesa muito. E ela foi muito clara, Ver.
João Antonio Dib, falou do mar de lama em que se encontra o nosso País. Uma
situação extremamente difícil e delicada.
E o Collares colocou
com muita clareza. Com muita clareza: a situação é extremamente preocupante!
Queira Deus que as
coisas se esclareçam, que este País retome o caminho, porque a situação que
está aí o povo brasileiro não merece; o povo brasileiro não merece esse
sofrimento, a situação que o País vive no dia de hoje. Um Partido que a maioria
dos Partidos apoiou e em que votou... Porque todas as pessoas, desde os mais
jovens, os adolescentes, sabiam que o Lula ia ser o Presidente desta Nação,
confiavam no Presidente. Só que, infelizmente, a equipe que o Lula montou para
dirigir este País deixou este País num mar de lama. Vai ser muito difícil nós
recuperarmos este País, mas vamos acreditar que nós ainda temos gente boa.
Agora, me preocupou demais, meu caro Presidente, uma parte do programa
Polêmica, que eu escutei hoje. Muito obrigado pela atenção dos senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
Este Plenário Otávio Rocha foi usado uma vez pela COSMAM; quatro vezes
por uma Comissão Especial de PPD; três vezes pela CECE; duas vezes pela CEFOR;
e quatro vezes pela CUTHAB - e era eu o Vereador mentiroso, e o que é pior:
esta Casa, e a Mesa, conforme informações da própria Mesa, foram acusadas de
não dar à CUTHAB o espaço por ela requerido, tendo aquela Comissão de se reunir
fora do Plenário, porque aqui não tinha espaço para se reunir.
No Plenário Ana Terra, até agora, neste ano, foram realizados 14
encontros da CUTHAB
a soma das reuniões
de todas as outras Comissões dá dez. Eu gostaria de que alguém chegasse e
dissesse que é mentira minha isso aqui! Isso aqui são dados colhidos pela
Assessoria de Relações Públicas e Cerimonial, mas estão dizendo que a Mesa está
mentindo.
Desgraçadamente, ao
invés de nós tratarmos assuntos da Cidade, estamos tratando assuntos internos
da Câmara, que poderiam ser resolvidos com menos voracidade e com um pouco mais
do sentimento de repartir, e não querer, como a Lei de Gérson - sem nada a ver
com o meu querido amigo Gerson Almeida -, de querer levar vantagem em tudo,
ganhar de todos e ter razão sempre.
Então, são essas as
colocações que eu faço, desafiando aquele que diz que são mentiras; dizer que
quem ostenta ter o monopólio da verdade, da decência e da coragem - e que hoje
está numa situação constrangedora pelo que se vê na atualidade do País -, aqui
na Câmara faz, exatamente, a mesma coisa, açambarcando e monopolizando espaços,
e com uma afagia fantástica pela idéia do aparecimento da imagem pública,
especialmente de uma visibilidade buscada a todo o pano, faz desses espaços
seus palanques pessoais, inclusive, muitas vezes, em detrimento do interesse da
Comissão.
É isso que eu quero
trazer aqui e dizer para vocês quem era o Vereador mentiroso e quem estava com
a razão; 14 vezes o Plenário Ana Terra ocupado, contra dez de todas as outras
Comissões.
O Sr. Haroldo de
Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu sugiro ao Ver. Carrion que alugue um auditório para fazer reuniões,
seminários, campanha fora de época, não usando o dinheiro público para isso e
muito menos transferindo responsabilidades para a Presidência da Casa. Obrigado
pelo aparte.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Exatamente, porque, Ver. Haroldo de Souza, nunca se
fez, com tanto brilho, um cerimonial voltado para a festa do Rio Grande do Sul,
tão magnífico, aqui e fora da Casa, no Parque da Harmonia, com a presença
constante dos Vereadores, com presença constante do Presidente e da Mesa
Diretora da Casa em todas as festividades. Foi um ano inesquecível desta Casa
em relação à festa gaúcha, como eu já falei várias vezes publicamente. É mais
importante a festa gaúcha do que o 7 de Setembro, da nossa “Pátria amada,
idolatrada, Brasil”. No nosso Estado, é assim, pela beleza e pela natureza
fantástica com que ocorreu o crescimento do sonho gaúcho, da sua cidadania, da
sua saga, da sua gente, e especialmente de um Estado maravilhoso que tem sido
cantado em prosa e verso também por esta Casa. Desta vez e nesta Administração
do Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, e da Mesa Diretora, teve um ano
invulgar. Meus parabéns, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Encerramos o período de
Comunicações. Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N. 2612/03 –
SUBSTITUTIVO N. 01, de
autoria do Ver. Dr. Goulart, que
altera o art. 2º da Resolução n. 1.510, de 6 de novembro de 2000, que institui
o Prêmio Mário Rigatto, cuja outorga se dará mediante proposição de Vereador
com recomendações anexas do CRM, da
AMRGS e do SIMERS, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 053/03, de
autoria do Ver. Claudio Sebenelo.
PROC.
N. 4441/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 210/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que
denomina Rua João Pacheco o logradouro não-cadastrado, atualmente denominado
Rua Odorico Fantinel, localizado
no Bairro Belém Novo, e revoga a Lei n. 8.356, de 13 de outubro de 1999.
PROC.
N. 5300/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 255/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
isenta o cidadão desempregado do pagamento da taxa de inscrição em concursos
promovidos por órgãos públicos do Município. Com Emenda n. 01.
PROC.
N. 5457/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 258/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Largo
Ernesto Ordovás o logradouro público cadastrado, localizado no Bairro
Rio Branco.
PROC.
N. 5473/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 017/05, que dá nova redação ao “caput” do art. 1º
da Lei n. 7.613/95, que dispõe sobre gratificação individual de produtividade
técnico-jurídica, modifica a redação do “caput” do art. 2º da Lei n. 7.690/95,
que institui gratificação de incentivo técnico aos funcionários detentores de
cargo para cujo provimento seja exigida formação universitária ou habilitação
legal equivalente.
2ª SESSÃO
PROC.
N. 2925/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 138/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Passarela Sônia Duro a passarela de pedestres sobre a
Avenida Ipiranga, localizada em frente ao número 6681, Campus da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, no Bairro Partenon.
PROC. N. 5018/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 241/01, de
autoria do Ver. Dr. Goulart, que inclui art. 72-A na Lei n. 6.309, de 28 de
dezembro de 1988, e alterações posteriores, que estabelece o Plano de Carreira
dos Funcionários da Administração Centralizada do Município, estabelecendo uma
gratificação de 50% do valor básico inicial do cargo aos funcionários da
Secretaria Municipal da Saúde, quando lotados e em exercício em locais da
Gerência Distrital do Extremo Sul/SMS.
PROC. N. 5244/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 125/05, de
autoria da Ver.ª Maria Celeste, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho
de 1992, e alterações posteriores, incluindo art. 139-A e parágrafo único no
art. 154, criando critérios para a utilização da tribuna por ocasião do Grande
Expediente e do comparecimento de autoridades.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores,
eu tenho, algumas vezes, imensas preocupações com alguns projetos que chegam a
esta Casa com pequena Exposição de Motivos e originários do Executivo. Há um
projeto aqui que me deixa muito preocupado, sobre o qual vou fazer uma análise
mais profunda, porque neste momento chegou às minhas mãos - estamos no primeiro
dia de Pauta, e hoje há cinco projetos novos na Pauta -, em que se atribui, aos
detentores do cargo da classe de Procurador, uma gratificação individual de
produtividade técnico-jurídico. Para nós que não somos técnicos-juristas, não
somos juristas, de repente, pode parecer grego; então nós vamos ter de analisar
com muito mais profundidade o que está sendo concedido aqui, agora, mais uma
vez, aos Procuradores do Município. Ao tempo em que fui Prefeito, a
Procuradoria funcionava com oito Procuradores - há 20 anos atrás; hoje há 60
Procuradores, e me disse o Prefeito, esses dias, que precisa de mais. A
população não cresceu tanto, os problemas da Prefeitura não cresceram tanto,
mas está aqui uma alteração dando vantagens aos Procuradores. O caput do
art. 2º da Lei nº 7.690, de 1º de novembro de 1996, passou a vigorar com a
seguinte redação: “Excluem-se das vantagens instituídas por esta Lei, os
detentores de cargo de Procurador e de Agente Fiscal da Receita Municipal”.
Aparentemente, dois artigos muito simples, mas que devem ser observados com
muito rigor, até porque os Procuradores do Município, para o Prefeito, devem
ser os guardiões da Lei Orgânica. A Lei Orgânica diz, no seu art. 31, que os
salários são relacionados ao Nível II - se eu mudar aqui, tenho de mudar todos
os níveis da Prefeitura, todos os salários da Prefeitura. Por outro lado, o
art. 34 da Lei Orgânica diz: “Só se modificará a isonomia salarial, quando se
fizer no conjunto todo, e não, de parte”.
Portanto, esses dois
singelos artigos podem envolver muito mais, especialmente no momento em que o
Prefeito, a Administração, informa aos servidores que não há recursos para
melhorar a proposta do Prefeito, que eu acho até boa, porque está colocando o
IPC, tranqüilamente, e é muito melhor, ter certeza sobre alguma coisa a ficar
dois anos e meio sem receber nada. Eu fico muito preocupado com isso aqui e, na
próxima quarta-feira, farei uma análise muito criteriosa desta proposta que, no
meu entendimento - e aí eu não preciso ser jurista, eu apenas preciso ler a Lei
Orgânica -, fere a Lei Orgânica no seu art. 31 e no seu art. 34, e os
Procuradores deveriam saber melhor do que eu essa agressão à Lei Orgânica do
Município. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Claudio Sebenelo
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós, há duas
Legislaturas, instituímos nesta Casa um Prêmio à área da Saúde denominado
Prêmio Mário Rigatto - recentemente falecido e grande figura da Cidade e da
Medicina do Rio Grande do Sul -, para homenagearmos destaques na área da Saúde,
na área Médica, e que fosse outorgado, a cada dois anos, àqueles que
demonstraram seu valor intelectual, sua contribuição para a nossa sociedade, e
pela sua história, pelo seu trabalho, pela sua permanente ligação
médico-paciente, fossem considerados destaque, independente de já terem sido
nomeadas três ou quatro grandes figuras da área médica. Nós achamos que ao
invés de nós, Vereadores, indicarmos, nós poderíamos delegar a uma comissão
formada pelas Associações da Área Médica, por exemplo, o Sindicato Médico, a
Associação Médica do Rio Grande do Sul, o Conselho Regional de Medicina, a
Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, que todos eles indicassem, de dois em
dois anos, o nome que teria o galardão máximo desta Casa, nessa área, e que
seria de dois em dois anos para evitar duas coisas fundamentais: a primeira,
que não se premiasse o menor; segunda, que os critérios fossem além de técnicos,
critérios da corporação, mas principalmente, de dois em dos anos não haveria o
perigo, pelo menos, do abastardamento sendo indicado por uma pessoa só da Casa,
por um Vereador só.
Desta forma, nós
recebemos agora a Emenda do Ver. Dr. Goulart, que faz com que este Projeto
tenha, além do trâmite da corporação de pessoas vinculadas a esse tipo de
trabalho, de pessoas que estão diariamente na linha de frente, trabalhando para
os nossos pacientes. Nós queríamos que, junto a isso, não tivéssemos - e nós
temos grandes médicos e grandes pessoas a serem indicadas -, apenas a indicação
por simpatia de um Vereador, o que não deixa de ser válido, porque
evidentemente também teriam os seus critérios, mas que se subordinados às
entidades de classe teriam muito mais valor, seriam muito mais competentes e
teriam um espaçamento de no mínimo dois anos. Acha o Ver. Dr. Goulart - esse é
o debate que deverá ser feito - que uma vez por ano dá para conceder esse
prêmio, com os mesmos critérios, sem que haja a sua vulgarização, o seu
abastardamento, a sua cronicidade. Não podemos, a toda a hora, conceder prêmios
que são, na verdade, exceções, e que, no momento em que deixam de ser exceção,
o prêmio perde as suas características, perde o seu encanto, e, mais do que
isso, o torna de alguma vulgaridade.
Mesmo que haja um
grande número de pessoas com o mesmo mérito, não gostaríamos que todos os
méritos fossem preenchidos, senão, não haveria prêmio. Mas, especialmente, que
esta Casa tivesse o hábito de, quando conceder um prêmio, um galardão, uma
comenda, o fizesse com a opinião da sociedade, com a opinião das corporações,
com a opinião de especialistas. Realmente, isso chancelaria muito mais a
qualidade e o apelo do prêmio junto à população de Porto Alegre e, certamente,
as galerias estariam muito mais cheias e muito mais concorridas no momento em
que esse tipo de critério e esse tipo de postura da Casa deixassem de tornar
comum e vulgar uma premiação que, na maioria dos seus casos, indiscutivelmente,
é uma magnífica distinção, não só por ser da Casa da democracia, mas por ser de
um Plenário de Vereadores que, com o seu brilho pessoal e as suas condições,
teriam que aumentar em qualidade a galeria dos aquinhoados. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidas está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Professor Garcia está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, com muita
honra esta Casa recebe, hoje, o líder comunitário Silvio Eugênio Salamoni que
veio visitar os seus amigos, visitar os representantes da sua comunidade. Ele
que luta por aquela região da Vila Nova, encaminhando os reclames da população.
Seja muito bem-vindo, Sr. Silvio Salamoni.
Em Pauta, em 1ª
Sessão, um Substitutivo do Ver. Dr. Goulart a um Projeto do Ver. Sebenelo,
pedindo que o Prêmio Mário Rigatto tenha o aval prévio da Amrigs, do Conselho
Regional de Medicina e do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul.
O Sr. Claudio
Sebenelo: E da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina,
órgãos coorporativos.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Vereador, eu o ouvi aqui e, sinceramente, não estou
de acordo com o Substitutivo e nem com a sua opinião. Eu acho que nós estamos
diminuindo o Poder desta Câmara. Diminuindo a atividade do Vereador, porque se
ele é o representante, ele tem a responsabilidade de encaminhar um Projeto
consciente, não precisa aval. Ele tem condições sobradas de transmitir este
Projeto. Mas eu respeito a sua opinião e até quero ouvir mais a esse respeito.
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
V. Exª, que é uma pessoa preocupada com essa questão, sabe que já se cometeram
aqui na Casa verdadeiros absurdos com relação a isso, em que o aval das
corporações seria muito mais criterioso do que apenas a vontade de um Vereador,
a simpatia, que até é merecida, muitas vezes, e os critérios até são corretos,
numa Câmara que tem um brilho fantástico pelos seus Vereadores. Porém, me
parece que isso deveria ser a regra da Casa, das corporações, numa homenagem da
Cidade, não ser de um Vereador, neste caso, porque é um Prêmio de Mérito. É o
Prêmio Mário Rigatto. É essa a questão que nós queremos evitar, é o
abastardamento do Prêmio, a sua vulgarização e, principalmente, Vereador, os
critérios de escolha das pessoas que serão agraciadas. Isso, realmente, é muito
difícil e talvez não há isenção maior do que o compromisso de entidades que são
gigantescas no número de profissionais com condições de fazer isso. Muito
obrigado, desculpe-me pelo meu aparte.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Sem dúvida, Vereador, eu acolho a sua orientação,
mas acho que o grande mérito e a grande responsabilidade é do Vereador.
O Sr. Claudio
Sebenelo: Ou irresponsabilidade.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Então, que o povo o tire daqui, mas que não reduza
a responsabilidade que o Vereador tem em encaminhar projetos sérios e corretos
para esta Casa. É uma opinião que eu respeito, é claro, e até posso mudar de
opinião, mas acho que as prerrogativas que o Vereador têm devem ser defendidas.
Há também um Projeto
do Ver. Elias Vidal, que isenta o cidadão desempregado do pagamento da taxa de
inscrição em concursos promovidos por órgãos públicos do Município. É
meritório, realmente numa situação de desemprego, de dificuldades e às vezes os
próprios órgãos Municipais cobram valores elevados dessas taxas para concursos.
Mas eu fico também receoso de começar a isentar esse que está desempregado,
esse que está em dificuldade, esse que mora longe, assim vai ficar muito
difícil e muito oneroso para o Município fazer algum concurso. Então, talvez
tenha que se fazer um concurso com custo mais reduzido, mas que pela legislação
atual exige muita preocupação, muita segurança, muita seriedade e estes
controles são difíceis e são caros. Creio que estamos em Pauta justamente para
debater esses assuntos. Mas, em princípio, não vejo com bons olhos a isenção de
taxas a uma pessoa que esteja eventualmente desempregada. Posso mudar, se for
assim convencido. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Alceu Brasinha está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA:
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, gostaria de falar um pouquinho a
respeito da máfia do apito. A máfia do apito está mexendo com a nossa paixão,
com o nosso amor, com o futebol. Só nos resta isso, e ainda tem gente mexendo
com a nossa paixão. Eu falo isso, porque, no ano passado, nós tivemos, várias
vezes, garfado o nosso resultado. Eu lembro, lá no Bento Freitas, em Pelotas,
de um Sr. Edílson - só que é o Edílson genérico; não é esse - que, simplesmente,
deu dois gols impedidos, expulsou nossos atletas e, praticamente, determinou a
nossa ida para a segunda divisão. Isso são os árbitros que determinam. A
autoridade máxima dentro do campo faz o que bem entende. É bom o que aconteceu
com esse cidadão, para que prestem mais um pouquinho de lealdade e admiração
pela torcida, porque a torcida é a que paga, a torcida é a que leva os
espetáculos, e eles simplesmente metem as mãos. Gostaria de deixar registrada a
minha tristeza por ver esse cidadão apitar, fazer valer mais do que qualquer
resultado em campo.
Eu gostaria também de
falar a respeito do meu Projeto e deixar claro que fiquei chateado com o Ver.
Elias Vidal, porque ele fez um comentário em cima do meu Projeto - e bota todo
mundo num saco só, dizendo que quem quer fica bebendo toda noite -, dizendo que
é um projeto para beber. Não é não, Sr. Vereador; não é, porque tem gente de
bem que vai nos bares. Eu não bebo e vou.
Meus amigos, o Ver.
Elias disse que quem vai lá é para beber. Não senhor, não é para beber. Tem
gente que é empresário, estudante, gente de alto gabarito que está lá também.
Mas, simplesmente, o Ver. Elias Vidal botou todo mundo num saco e jogou. Eu
acho que o Ver. Elias Vidal errou nessa comparação. Quero dizer ao Ver. Elias
Vidal, que não está aqui neste momento, que eu acredito no sucesso desse
Projeto, e vai dar certo, porque todo mundo pensa no seu lazer, no seu
conforto, na sua moradia, enfim, os empresários também precisam ter clientes, e
clientes têm que estar lá freqüentando, porque, na sexta e no sábado, não pesa
a ninguém duas horas a mais, não é verdade, Verª Maristela?
Quero dizer que também tem um outro Projeto dos combustíveis, porque o
mau empresário, o mau comerciante não pode estar na sociedade, dando prejuízo
ao senhor cliente, que já paga muito caro os seus impostos e ainda leva, quem
sabe, uma gasolina adulterada, um combustível adulterado, porque o mau
empresário não pode estar no meio da sociedade. Nós temos que cassar o alvará
de quem adulterou, desde que seja comprovado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. HAROLDO DE
SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação nominal o
Requerimento do Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Quinze
Vereadores presentes. Há quórum.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta, por transposição de tempo com a Verª Sofia Cavedon.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal
16, o que me traz à tribuna é o debate acerca do Projeto de Lei do Legislativo
nº 241/01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que inclui art. 72-A na Lei nº
6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores, que estabelece o
Plano de Carreira dos Funcionários da Administração Centralizada do Município,
estabelecendo uma gratificação de 50% do valor básico inicial do cargo aos
funcionários da Secretaria de Saúde, quando lotados e em exercício em locais da
Gerência Distrital do Extremo Sul/SMS. Venho fazer este debate, porque, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, na última quinta-feira, no final da Sessão,
houve uma reunião de Prestação de Contas do Conselho Municipal de Saúde, com a
presença do Secretário Pedro Gus, o Vice-Secretário, Sr. Raul Martins, e toda a
equipe técnica da Secretaria da Saúde.
Ficamos aqui até às
onze horas da noite, acompanhando os relatórios, acompanhando a apresentação
feita por aquela Secretaria, e algumas coisas são muito preocupantes, porque o
relato foi bastante abrangente, ainda que tenha tido uma série de falhas,
porque, por exemplo, o material distribuído para que se pudesse acompanhar foi
totalmente ilegível. Inclusive foi enviado um pedido de desculpas pelo próprio
Secretário e equipe, porque não foi possível acompanhar o conteúdo de todo o
Relatório de forma mais pormenorizada. Mas veio à tona exatamente o debate
sobre o tema que versa o Projeto do Dr. Goulart. E também uma preocupação muito
grande que quero trazer aqui a esta Casa e à Audiência é que existe um déficit
extraordinário de recursos para a Saúde por conta do não-repasse do dinheiro do
Governo Estadual ao SUS. Verª Sofia, até este momento, o Sr. Governador do
Estado, Germano Rigotto, não repassou nenhum recurso para a aquisição de
medicamentos para o SUS. Isso faz com que a União cumpra - e está cumprindo em
dia, e muito bem, a sua parte, inclusive elevando o teto dos repasses - e faz
com que o Município de Porto Alegre onere e sobrecarregue o seu Orçamento e sua
Receita para dar conta de atender às necessidades do SUS, que é a demanda por
remédios, a demanda da farmácia, que é enorme. Esse problema é tão gritante
que, enquanto o Município deveria compor a fórmula com cerca de três reais e
cinqüenta centavos, a informação que foi dada é de que o Município está
repassando mais de 10 reais por habitante em Porto Alegre. Por quê? Porque o
Sr. Governador não cumpre a sua parte. Tanto criticou, tanto prometeu,
inclusive um posto de saúde por quilômetro, e não faz sequer o repasse daquilo
que é obrigação, o repasse para os fármacos, para a aquisição de remédios.
Outro problema grave
é justamente isso que versa aqui no Projeto do Dr. Goulart, que é de elevar em
50% a remuneração do piso básico para aqueles funcionários lotados na Região
Sul, no Distrito Sul do Município, porque, em tese, são os que devem e têm que
percorrer distâncias maiores, tendo uma oneração maior para poder executar os
trabalhos.
Eu disse ao
Secretário, no dia, que nós e a nossa Bancada certamente estaremos apoiando
todas as medidas que venham ao encontro do Governo para produzir as condições
gerenciais para resolver o problema da Saúde, Dr. Goulart, porque o que está
acontecendo e o que estamos vendo é que as filas aumentam cada vez mais, a
carência de médicos é ainda maior e o povo sofre com as filas intermináveis,
inclusive naquilo que é básico, que é o atendimento do clínico-geral.
Então, nós daremos as
condições para o Governo governar, mas ele tem que ter iniciativa também,
arrojo e tratar de ter medidas, que as envie a esta Casa, para que possa
resolver o problema da nossa comunidade, para ela parar de sofrer por falta de
ação política do Governo. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, nobres Pares, também trato da
questão do funcionalismo, como referiu o Ver. Dib, porque o Governo tem um novo
Projeto de Lei e, pela primeira leitura, me parece que é um Projeto que corrige
uma distorção de funcionários de nível superior que não recebem GIT e exercem a
função de Assessoria Jurídica e Procuradoria. É um Projeto a se analisar melhor
se não há superposição de gratificações e, no resultado final, salários muito
disformes ou diversos da média dos funcionários que ocupam cargos semelhantes.
Mas esse Projeto
enseja o debate sobre o funcionalismo municipal, porque também há um Projeto do
Ver. Goulart, e queria que o Ver. Goulart ou os representantes do Governo
confirmassem, Ver. Odone. O Ver. Goulart, se bem entendi, veio à tribuna e
disse que tinha conversado, tinha acordo do Governo em conceder 50% aos
funcionários da Saúde da Zona Sul. Eu não quero fazer críticas antecipadas, mas
distinguir funcionários por localização somente se construirmos uma política
muito discutida com a categoria, especialmente num momento em que a categoria
se mobiliza por política salarial, pois, quarta-feira à tarde haverá uma grande
assembléia do Simpa, e a categoria vai lá para ver se muda o seu sindicato.
O Sr. João Antonio
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Nobre Verª Sofia, em relação aos “guardiões da Lei”, que são os
Procuradores do Município, quero dizer que sou um homem coerente, quando os
Prefeitos anteriores, no período do Partido dos Trabalhadores, fizeram algumas
reclassificações sem contemplar o conjunto, eu lia o art. 31, Inciso I, da Lei
Orgânica (Lê.): “São direitos dos servidores...: padrão referencial básico,
vinculativo de todos os padrões de vencimento, nunca inferior ao salário mínimo
fixado pela União para os trabalhadores urbanos e rurais”. E o art. 34, que diz
(Lê.): “Fixada a isonomia de vencimentos, será vedado conceder aumento ou
reajuste de vencimentos ou realizar reclassificações que privilegiem categorias
funcionais em preterição de outras, devendo as correções ou ajustes, sempre que
necessários, em razão das condições da execução do trabalho, ser feitos quando
da revisão geral do sistema”. Eu acho que é chegada hora de fazer a revisão
geral do sistema e não de fazer o que está sendo feito aqui, agora, que eu
reclamei no passado e reclamo hoje, também.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Está correto, Ver. João Antonio Dib, se não tivesse
a incoerência de que esta Casa - e muito provavelmente V. Exª também - aprovou
essas distorções como a GIT e a GIA contrárias à posição geral da categoria e
favoráveis à posição de alguns setores. É fato que se vem corrigindo aos
pedaços, e vira o Plano de Cargos e Salários dos municipários numa colcha de
retalhos. Eu tenho, também, lá as minhas dúvidas se isso valoriza, se isso dá
resultados para o conjunto da população e para satisfação dos funcionários
municipais.
Eu também penso que é
hora de revisar de forma geral a carreira, mas, para isso, é preciso que haja
uma interlocução única dos municipários, organizada. Acho que o movimento de
retomada do Simpa é importante.
Mas eu quero aqui,
respondendo a algumas falas de outros momentos, lembrar dos reajustes
concedidos à categoria dos municipários - e concedidos igualmente a todos os
municipários -, no período de julho 1994 a maio de 2004, enquanto a inflação
foi de 236%, os municipários receberam 296,4%, ou seja, 17,92% de ganho real na
recomposição dos seus salários.
Então, algumas
críticas que nós ouvimos, aqui, de que os Vereadores da Frente Popular, nos 16
anos em que estiveram no poder, não ajudaram os municipários e, agora, querem
apoiá-los, não têm fundamento, porque, hoje, eles reivindicam quase esse valor,
que eles obtiveram em termos de ganhos reais, como recomposição de perdas. E a
reivindicação deles tem de ter um olhar global. O Governo não pode concordar
com projetos de Vereadores que criam novas distorções, mas deve, sim, olhar de
uma forma geral para os municipários, respeitá-los como categoria, reconhecendo
as diferenças e fazendo uma interlocução que respeite as finanças públicas, que
respeite o contribuinte, mantendo, principalmente, a horizontalidade dos
salários. Esse é um privilégio, é uma luta, é uma conquista dos municipários,
em que a distância entre o salário mais alto e o salário mais baixo é uma distância
de um para nove - distância essa que eu não sei se não aumentou em razão das
verbas de representação que vimos serem criadas, aqui, no início do ano. E essa
distância é fundamental para manter bons salários, desde o funcionário mais
humilde, ou menos graduado, até o funcionário mais graduado.
Portanto, essa distância verticalizada entre os
salários, que é a realidade do Estado do Rio Grande do Sul, é nefasta.
Os altíssimos salários, a diferença de mais de 100%
entre o mais alto e o mais baixo salário faz com que seja impossível o Estado
conceder bons reajustes, porque estará tratando igualmente salários
completamente desiguais, tornado ingovernável uma política salarial decente.
Então, nós não
podemos continuar distorcendo o salário dos municipários, senão nós não
poderemos manter uma boa política salarial, qual seja, aquela que recompõe
salário e que, para mim, tem de ser a prioridade do Governo Municipal.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadoras e Vereadores,
todos que nos assistem aqui e também nas suas casas, em primeiro lugar, eu
queria parabenizar as Lideranças e a Mesa, pois, na manhã de hoje, nós tivemos
uma importante reunião. Eu creio que nós chegamos a um entendimento adequado
sobre o encaminhamento do Projeto das PPPs, que estaria para ser votado no dia
de hoje.
Eu apresentei uma
proposta, acolhida pelo conjunto dos Vereadores, no sentido de que tivéssemos
um tempo um pouco maior para examinar as PPPs devido à importância e a
relevância desse tema, com a retirada, portanto, do art. 81, que colocou na
Ordem do Dia as PPPs. Há o acordo de todos no sentido de um requerimento de
urgência, que permitirá que o conjunto das Comissões, através de um Relator
único, opine sobre o tema, e a votação será na próxima quarta-feira, mostrando
que não há de parte da oposição nenhuma tentativa de bloquear o tema, mas, sim,
Ver. Dib, uma preocupação de estudar e servir a nossa Cidade com um bom
projeto. Foi uma atitude inteligente dos Vereadores, mostrando que o caminho da
negociação é sempre o melhor caminho.
O caminho da patrola,
Ver. Todeschini, não leva a nada, a Cidade não ganha e, às vezes, até atrasa o
serviço. Então, acho que se avançou na reunião de hoje.
Queria também
convidar e chamar a atenção de todos que, na próxima quinta-feira, dia 29, às
18h, no Centro Vida Humanístico, inicia a Conferência Estadual das Cidades, que
se desdobrará no dia 30, a partir das 9h, e no dia 1º, preparando, então, a
Conferência Nacional das Cidades. A Conferência Nacional das Cidades terá a
participação de 2.730 Municípios, sendo, portando, um grande evento, que
ajudará a definir uma política nacional de desenvolvimento urbano.
Queria fazer uma
rápida referência, dizendo que estivemos, hoje à tarde, eu, o Ver Comassetto, o
Ver. Ismael, em uma reunião na SPM, para encaminhar a questão da Vitória da
Conquista. Haverá uma audiência judicial, na quinta-feira que vem, para
instrução do processo de ameaça de despejo; estamos fazendo negociações.
Firmou-se a negociação com a arquiteta Moema Debiagi, Secretária Substituta,
Prefeitura e Câmara, e estamos em negociação com a Casa Civil em Brasília, com
o ex-Secretário de Planejamento Carlos Eduardo Vieira, estivemos lá no dia 15,
e há negociações já direto no Rio de Janeiro, com a BR Distribuidora, para
reabrir as negociações e evitar qualquer despejo.
Queria, por fim,
dizer que, no dia de amanhã, faremos uma reunião de trabalho interno da CUTHAB.
Queria parabenizar, aliás, os Vereadores da CUTHAB aqui presentes - o Ver.
Brasinha, o Ver. Ismael, que estava há pouco aqui - pelo trabalho enorme -, não
é, Ver. Brasinha? - que temos feito. Aliás, eu tenho visto alguns Vereadores
reclamarem do trabalho da CUTHAB, Ver. Brasinha; é a primeira vez que eu vejo,
Ver. Dib, uma Comissão que trabalha muito ser questionada! Parece que faz mal
para alguns que os Vereadores da Comissão trabalhem. Acho que seria bom fazer
cobranças aos que não estão trabalhando, cobrar das Comissões que não atuam e
não das Comissões que trabalham, não é Vereador? Acho muito engraçada a
cobrança para as Comissões que trabalham!
Mas, rapidamente,
quero dizer que realmente o nosso trabalho tem sido muito intenso, no dia de
amanhã faremos um planejamento para a fase final do trabalho, e eu só chamaria
atenção aqui, Ver. Brasinha, para o seguinte: para quantas comunidades nós já
evitamos o despejo ou conseguimos reassentamento? O reassentamento da Atilio Supertti
- foi evitado o despejo no ano passado -; quanto ao despejo da Eduardo Prado,
conseguimos o seu assentamento; houve negociação com a COHAB para evitar
despejos no Loteamento Costa e Silva, lá estão os companheiros até hoje; quanto
ao Jardim Vitória da Conquista, ainda hoje estivemos lá, também ameaçado de
despejo; ocupação Santa Mônica, outra reunião; 5ª Unidade da Restinga, para
garantir a construção das casinhas; Vila dos Ferroviários, para uma resolução
definitiva; Túnel Verde, uma regularização que está correndo há mais de doze
anos; Parque dos Maias, cuja ameaça de despejo chegou a sair no jornal,
conseguimos abrir uma negociação; com a ampliação do Aeroporto: reassentamento
da Vila Dique, Vila Nazaré e outras da região; regularização das Vilas Amazônia,
Jardim da Amizade, Dom Pedro e Santa Fé; a Vila Hípica, Vereador, cujos
representantes aqui estiveram, em reunião, conosco; o quilombo da Família Silva
- Vereador, com relação a isso, até a pedido seu, fizemos uma reunião lá no
Plenarinho, numa manhã, eles estavam com despejo na porta, mas conseguimos
segurar o processo com o apoio também da Presidência; quanto à questão da Vila
Anita, da qual conseguimos evitar o despejo, estamos em negociação; e a Vila
Pôr-do-Sol, cujo despejo foi evitado. Isso sem falar no Seminário da
Revitalização do Centro, tivemos de conseguir um auditório lá na Caixa
Econômica Federal; a plenária sobre a revitalização do Centro; a plenária sobre
o aumento das tarifas de ônibus; a plenária sobre a revitalização do comércio informal
de rua; o Movimento Acorda Restinga, que recebemos há poucos dias; e o Jardim
Leopoldina II, cujos representantes também foram recebidos. E quero dizer que
me orgulho, Ver. Brasinha, de, junto com V. Exª, estarmos fazendo na CUTHAB não
só todos os Pareceres e a discussão dos Projetos que lá caem, mas também um
trabalho por meio do qual milhares e milhares de moradores tiveram o
atendimento às suas demandas e obtiveram soluções.
Então, quero dizer,
Ver. Elói Guimarães, que a CUTHAB tem que se orgulhar desse trabalho e, se está
causando ciúme em alguém, Vereador, nós o perdoamos, porque a nossa meta é o
trabalho. Não é verdade, Ver. Brasinha? Então, muito obrigado; certamente
amanhã faremos um planejamento para o resto do ano, sem mágoa pelas críticas por
muito trabalharmos. É uma crítica que nós acolhemos com alegria. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, já foi solicitado e executado um minuto de silêncio pelo
camarada, companheiro Apolônio de Carvalho, que faleceu. Ele foi um
revolucionário, construtor de um projeto socialista e partiu aos noventa e
poucos anos. Com certeza deve estar aqui conosco, ajudando-nos a dar seguimento
aos nossos projetos, à nossa energia no País, numa América Latina livre e
soberana. Então, fica aqui a homenagem do Partido dos Trabalhadores a esse
companheiro que muito contribuiu para o nosso Partido e para a democracia deste
País.
Mas eu queria falar hoje, na verdade, Ver. Elói,
queria roubar um minutinho do tempo de Liderança para agradecer, sem entrar no
mérito, ao nosso Diretor-Geral, Sr. Leão de Medeiros, a todo o pessoal da Segurança
que esteve aqui conosco, num problema pessoal, e também ao Vice-Governador,
Antonio Hohlfeldt, e a tantas outras pessoas, como a Verª Mônica Leal, que
foram extremamente solidárias num problema de ordem pessoal por que passamos na
sexta-feira. Eu não posso deixar de referir tudo isso até porque vou entrar na
questão política e vou brigar um pouquinho no que se refere à questão
ideológica, mas temos de manter a sensibilidade, não podemos perdê-la, e temos
que saber ter a grandeza de agradecer, quando necessário, pela ajuda nos
problemas que nos atingem no nosso cotidiano. Quero, de pronto, agradecer aos
nossos seguranças que foram, em especial, atenciosíssimos e estiveram junto
conosco.
Eu queria falar
justamente agora - também o Ver. Todeschini já falava sobre isto em seu
discurso da tribuna - sobre os problemas que nós estamos enfrentando no Estado
do Rio Grande do Sul. E eu tenho alguns dados aqui, Ver. Elói Guimarães, que
nos deixam bastante apreensivos em relação aos programas que nós desenvolvíamos
durante o período Olívio Dutra, nos quatro anos em que estivemos no Governo,
fazendo um paralelo com dados que nós temos em relação, por exemplo, ao projeto
de atividade do Programa Primeiro Emprego. Nós tivemos, no ano de 2000,
atividades desenvolvidas com a questão do Primeiro Emprego, envolvendo
investimentos de 14 milhões e 926 mil reais nesse Projeto. E nós vemos aqui,
num gráfico, que, encerrando o ano de 2005, nós não teremos sequer um real
investido nessa área. Isso é muito sério e nos preocupa, porque nós sabemos o
que isso significa a médio e longo prazo.
Há um aumento da
marginalidade, Ver. Haroldo, pois há uma indústria de descaso de investimento
com relação à questão da juventude. Porque fica muito fácil nós falarmos no
jovem, que é o futuro, é o amanhã, mas, quando a gente vê uma estatística como
essa, onde o investimento é zero...
Vemos também, aqui na
questão da renda mínima, o orçamento de 22 milhões de reais no ano de 2002, e
agora vemos que chegaremos ao final de 2005 sem nenhum investimento feito
também nessa área.
O que me faz vir aqui
a esta tribuna, Vereador, como Líder da Bancada do PT, e fazer essa discussão
com a sociedade e com os nobres Pares desta Casa? É que, de fato, nós temos
hoje, além da falta de investimento na área da Saúde, uma projeção como foi
colocada aqui, Ver. Todeschini - o senhor se pronunciava, anteriormente, em
relação à questão da Saúde... Nós vimos a Segurança Pública, um problema
seriíssimo. Hoje, cada vez mais, vemos não apenas os filhos mais empobrecidos
da sociedade, mas também a própria classe média totalmente desguarnecidos. E aí
nós chegamos à conclusão, Vereador, de que esse tipo de falta de investimento
está na ponta do problema que nós enfrentamos aqui. E, se nós não nos
articulamos como Bancadas para chamarmos a atenção para onde estão indo os
investimentos, seremos, de fato, cada vez mais, uma sociedade de descamisados,
porque não existe uma organização programática para executar uma política
preventiva dos problemas que nós estamos vivendo.
Vereadores,
Vereadoras, não passa aqui apenas um discurso, mas uma realidade estatística
que está nos números, que nos mostram, cada vez mais, a situação de gravidade
que nós vamos viver. Em comparação, Ver. Todeschini, nós vimos agora mais de
3.000 jovens sendo beneficiados por um Projeto, ao qual o Vereador se referiu
aqui, a Verª Manuela também, do Governo Federal, e eu acho que esse não faz
mais do que a sua obrigação, porque nas campanhas eleitorais nós usávamos esse slogan
e agora estamos executando o que foi prometido.
Mas não é possível
que o Governo do Estado não cumpra com o seu papel, e o Governo Federal tenha
que ficar sozinho executando essas políticas sociais! Nós vemos apenas algumas
parcerias que não são com esses setores, são parcerias que se articulam apenas
com o estado de direito, mas direito esse com a iniciativa privada e não
inter-relacionado como nós gostaríamos, Ver. Haroldo de Souza, com as questões
que, de fato, nos dizem respeito, com o papel que o Estado tem que cumprir com
os investimentos públicos.
Estou trazendo isso
como uma preocupação, acredito que haverá a concordância dos nobres Pares,
porque nós, neste momento, além das questões ideológicas, não podemos deixar
isso “passar batido”, Vereador, porque essa questão é muito grave. Nós
deveríamos descer dos palanques e realmente colocar em execução os nossos
projetos e não deixá-los ser apenas ser uma falácia, pois depois quem irá pagar
somos nós, no que se refere à falta de perspectiva e de futuro dessa geração.
Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Sr. Presidente, não vou usar os cinco minutos,
mesmo porque, se os usasse, eu estaria colaborando no sentido de que, em mais
uma tarde, praticamente não se faça nada nesta Casa.
Líderes se reuniram
às 11 horas e decidiram que iriam votar hoje à tarde nomes de ruas e
solenidades, mas parece que nem isso nós vamos conseguir votar, e aqueles
Projetos que estão parados na Casa, que são de importância para a sociedade,
vamos postergar mais uma vez, por isso eu não uso os cinco minutos aqui.
Só quero refrescar um
pouquinho a cabeça dos Vereadores, desculpe chamá-los assim: Maffei,
Comassetto, Todeschini, Cavedon, Aldacir, que sobem a esta tribuna para cobrar,
em 10 meses do Governo Fogaça, coisas que o Partido dos Trabalhadores...
(Aparte
anti-regimental da Verª Maristela Maffei.)
Para encerrar, não
gastei os meus cinco minutos, mesmo porque eu sou contra a enrolação em
microfone com discursos vazios e demagógicos, o que está fazendo a política não
só local, mas estadual e nacional. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero enaltecer o que ocorreu na última
sexta-feira, na nossa Câmara Municipal, quando nós tínhamos um público de
aproximadamente 500 pessoas, prestigiando a entrega do Troféu Solidariedade,
que é uma iniciativa do nosso Gabinete, com a presença de algumas instituições,
que devem ser abraçadas por todos nós, pelo trabalho que realizam. Uma dessas
instituições é o Instituto San Martin, comandada pela Srª Iara Zinn, que foi
criada depois da morte do filho da Srª Iara Zinn; em homenagem a ele que se
chamava San Martin. Ela realiza brechós na Cidade, em que permuta roupas
usadas, que são doadas - conserta essas roupas -, por alimentos, e esses
alimentos são doados para instituições carentes. Essa Instituição já recolheu,
em dois anos de existência, cerca de 60 toneladas em alimentos com o trabalho
do brechó: trocando roupa usada por alimentos.
Além desse, tivemos
também, aqui, o Instituto do Bem-Estar, que se especializou em ir até os
hospitais e alegrar a vida de pessoas que estão lá, às vezes até em estágio terminal,
dando e reforçando a essas pessoas aquele espírito de resistência que cada uma
necessita, para poder lutar contra aquele estágio em que se encontram.
Então, o Troféu
Solidariedade realmente nos encheu de orgulho. Esteve aqui o pessoal do Sonae -
Distribuição Brasil de Alimentos, que presta uma ajuda muito grande para
aqueles que realmente precisam de solidariedade.
E eu quero dizer que
eu fiquei muito orgulhoso em estar recebendo, aqui nesta Casa, Sr. Presidente,
eu que pertenço à Mesa, juntamente com V. Exª, esta Mesa que V. Exª preside tão
bem, instituições de primeiro nível, de primeira linha, em matéria de
solidariedade e poder entregar para essas instituições o Troféu Solidariedade -
que é um troféu muito bonito feito com exclusividade pelo Sr. Natalino Tomasi
-, como reconhecimento desta Casa, que representa toda a sociedade, pelo
trabalho que executam.
Eu quero reservar os
dois minutos que restam do meu tempo para dizer que eu estava lendo um
relatório a respeito desta Administração e vi que ainda existe um déficit
orçamentário - pequeno, mas ele existe - de cerca de 7 milhões mensais. Parece
que é grande, não é? Vereador Haroldo de Souza, eu estou falando desses números
exatamente para que nós possamos realmente ver o que existia e o que passa a
existir: lutava-se contra um déficit de 200 milhões de reais no Orçamento. O
último Orçamento teve um déficit aproximado de 200 milhões de reais. Esta
Administração consegue baixar esse déficit para cerca de 85, 90 milhões de
reais. Eu acredito que, com menos de um ano de trabalho, já é uma vitória,
porque receber um déficit de aproximadamente 200 milhões, e lutar, e fazer com
que esse déficit baixe para menos de 100 milhões de reais em um ano, realmente
é uma grande vitória desta Administração. E, vejam, sem fazer com que os
serviços de Saúde, os serviços praticados em prol da população piorem! Não, os
serviços melhoraram. Se nós verificamos os serviços prestados pelos postos de
saúde, os serviços que são prestados em diversos setores da nossa sociedade,
esses serviços melhoraram, e, apesar deles melhorarem, baixou-se o déficit.
Então, nós queremos cumprimentar a Administração atual, porque está sendo
vitoriosa na sua política de tentar devolver para Porto Alegre uma condição de
vida que Porto Alegre já teve e que infelizmente perdeu por causa da
precariedade das últimas administrações.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Saudamos o Ver. Luiz Braz por ter
feito aqui na Casa, na sexta-feira, um grande encontro de solidariedade, com
entrega de Troféus a instituições que ajudam no desenvolvimento da Cidade.
Portanto, receba, Ver. Luiz Braz, as nossas saudações.
Solicito a abertura do painel eletrônico para que
os Vereadores registrem as suas presenças e para que possamos ingressar na
Ordem do Dia. (Pausa.) Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 17h46min.)
* * * * *